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10 abril 2021

Nas "Cartas ao Director"...

 ...in "Público"
10 de Abril de 2021
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De:
Eduardo Marques – Porto
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Operação Marquês
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“ Estive a ouvir a leitura do Juiz Ivo Rosa e ouvi inúmeras vezes, com surpresa, falar em “crime que já prescreveu”, num número incomparavelmente superior a todas as intervenções dos media dos últimos dias (jornais, telejornais e debates com jornalistas e outros peritos no caso Marquês).
Do Juiz e do Ministério Público já esperava o que aconteceu: um juiz para o qual a prova de crime só existe se for filmada e o filme atestado por peritos cinematográficos e um ministério Público que também não sabe aferir as melhores provas e cai em descrédito.
Pode-se concluir que a maioria dos jornalistas não compreende as regras das prescrições dos crimes. Neste caso, para já, pode-se dizer que o crime compensou. Só falta reunir num manual todos os passos a dar e advogados a contratar para poder efectuar qualquer acto de corrupção em Portugal e conseguir passar ileso entre os pingos da Justiça e ainda poder vir a ser indemnizado.
Decisões destas só alimentam o extremismo dos fracos.”
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Eduardo Marques
Porto 

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 De:
Ademar Costa – Póvoa de Varzim
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Dia negro para a Justiça portuguesa.
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“Não foi surpresa para os conhecedores do sistema jurídico português e da forma de actuação do juiz Ivo Rosa quanto a provas indirectas, que a acusação de corrupção envolvendo José Sócrates e o grupo Lena não vai para a barra dos tribunais. Esta decisão foi um alívio para o arco da governação. Que contentes estão o PSD e o PS! Para o comum dos portugueses a Justiça é forte para com os fracos e fraca para com os poderosos. Custa saber que o comum dos cidadãos vê os seus bens arrestados, se em falta com o fisco. Custa saber que o dinheiro tudo compra, não a todos, mas aos que mais interesse têm em ser os “donos disto tudo”.
Falta saber se Rui Pinto é condenado. Se tal acontecer, aí sim, os portugueses devem sair à rua manifestando o seu repúdio.”
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Ademar Costa
Póvoa de Varzim

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De:
José Amaral – Vila Nova de Gaia
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A farsa
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No nosso modesto entender como público amante do teatro, Gil Vicente, o pai do nosso longevo teatro, jamais teria “engenho e arte” para levar à cena a farsa que alegadamente tão bem foi encenada pelo juiz Ivo Rosa, se se tiver em conta a súmula que o mesmo levou a efeito televisivamente na tarde de ontem.
Ao principal actor da referida “peça teatral”, o ex-primeiro ministro José Sócrates, presente no acto, só há uma falha visual a apontar-lhe no que concerne à sua indumentária, mas ao qual isso não se lhe pode apontar, mas sim aos aderecistas, que não lhe colocaram umas alvas e imaculadas asas. Para finalizarmos, só queremos corroborar o provérbio que diz “Quem assim tem amigos não morre na cadeia”, ou então pondo-lhe a seguinte adenda: “quem assim tem milhões jamais virá a morrer na cadeia. Mais não podemos dizer, porque saímos a meio da referida sessão televisiva.”
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José Amaral
Vila Nova de Gaia. 

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De:

Manuel Morato Gomes - Senhora da Hora
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Era o ministério Público que estava a ser julgado?
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Vi quase a totalidade da comunicação do juiz Ivo Rosa efectuada ontem. Confesso que em certas passagens fiquei confuso, pois pareceu-me que quem estava a ser julgado não era José Sócrates e outras pessoas, de acordo com a Operação Marquês, mas sim o Ministério Público. Já era conhecida a inclinação do juiz Ivo Rosa para contrariar sempre o MP, mas não imaginava que a obsessão do referido juiz fosse tão grande. Se foi por isso que o sorteio o indicou à terceira tentativa não sei, mas sei, sem dúvida alguma, que nunca, jamais, em tempo algum, alguém será condenado por corrupção, em Portugal, o que é absolutamente lamentável.
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Manuel Morato Gomes
Senhora da Hora.

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De:
Carlos JF Sampaio – Esposende
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Marquês a quente
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“Ivo Rosa entende que Carlos Santos Silva corrompeu José Sócrates com 1,7 milhões de euros, mas o processo não avança apenas porque prescreveu. Apesar disso, este declara-se mais puro do que a Branca de Neve. Supostas intervenções imputadas a Sócrates não são tomadas em consideração, porque estariam fora do âmbito e da competência individual do então primeiro-ministro; a acontecer não poderia ter sido ele apenas… e o testemunho dos seus colaboradores próximos é validado.
José Sócrates não terá passado recado a Lula da Silva sobre a PT, já que as datas das cimeiras e os encontros oficiais agendados entre os dois não o teriam permitido. Já ouviram falar de telefones e outros canais e intermediários? Certamente é e será difícil julgar a corrupção, pelo menos na nossa máquina judicial, mas, apesar de tudo o que foi para já anulado, ficou claro e evidente que foram apanhados!”
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Carlos JF Sampaio
Esposende.

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