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07 abril 2013

A criatura...

Um artigo de “Opinião”
A que VPV deu o título
“Como se fez Relvas”
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Vasco Pulido Valente

Apenas uns excertos…
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“Em princípio, não se percebe porque razão um político adulto, já na meia-idade, se resolve condecorar com uma licenciatura, presumivelmente para ser ministro.
Nada na Constituição impede que um indivíduo com o 9ºano de escolaridade ou mesmo sem escolaridade nenhuma possa ser ministro (embora saber ler e escrever talvez lhe facilite as coisas).A obsessão com a licenciatura é tipicamente portuguesa. Num país, coitado, que até há pouco tempo tinha 70 por cento de analfabetos, alguma intimidade com as letras elevava o cidadão comum ao cume da eminência intelectual. E, apesar dos progressos do último século, o preconceito persistiu na cultura indígena. O “dr.” (ou eng. ou arq,) à frente do nome afirma o direito do maior burro ou, mais frequentemente, do maior ignorante a mandar no próximo e a receber a devida consideração dos povos.
Miguel Relvas (e também José Sócrates) não resistiram à “vergonha” de se apresentar como na verdade eram e foram a correr arranjar um título “respeitável”, de que não precisavam, para se mostrar aos portugueses.
(…)
Um “curso” não é a mera aquisição de conhecimentos (ou, se preferem, de “saberes”), é uma educação regrada e progressiva, que inevitavelmente leva muito tempo e custa muito esforço. Trocar isso por um ornamento social não faz qualquer espécie de sentido.
(…)
Na sua declaração final Relvas lembrou o período em que trabalhara na eleição de Passos Coelho: primeiro para Presidente do partido e, a seguir, para primeiro-ministro. Esse, sim, é o verdadeiro Relvas e um certificado duvidoso não mudou, nem mudará a criatura.

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