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27 julho 2009

Os dois compadres...


Paulo Ferreira faz o "Editorial" do Público num artigo que
tem por fundo o “negócio” da Liscont com o Governo PS.
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Diz ele a certa altura:
“O Relatório do Tribunal de Contas sobre a concessão do terminal de contentores de Alcântara (…) é um verdadeiro manual de “como não fazer”.
(…) é uma das mais escandalosas amostras de como se tomam decisões ruinosas para o Estado.
(…)
Invocando urgência quando ainda faltam sete anos para o fim da concessão actual, o Ministério das Obras Públicas decidiu alargar o prazo de concessão do terminal por mais 27 anos (…) !!!...

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E mais à frente acrescenta:
“Primeiro foi um ajuste directonão houve concorrência entre a Liscont e outros potencias candidatos …O grupo privado ficou, naturalmente, em enorme vantagem.”
(…)
Diz o Tribunal de Contas que “O Estado ficou para si com uma grande parte do risco do negócio
“Se, em cada biénio até 2017, o tráfego ficar 20 por cento abaixo destas previsões, o Estado compensa a Liscont por isso (até 2031 os desvios permitidos sobem até 25 por cento).
Pelo contrário, se o tráfego aumentar em relação ao cenário base e o negócio se mostrar melhor do que se previa, o Estado só partilhará essas receitas extra se “se demonstrar que tal eventual excesso não resultou da eficiente gestão e das oportunidades criadas pela concessionária”.
Seria interessante verificar como é que o mesmo Estado que não fez o fácil e assinou esta galeria de horrores conseguirá, mais tarde, demonstrar o que é quase indemonstrável.”
(…)
Verificou-se que ao longo do processo negocial foram efectuadas alterações aos parâmetros da concessão. Sem surpresa, todas elas foram no sentido de prejudicar o Estado e beneficiar a Liscont.
(…)
Por incompetência ou com intenção, o certo é que as coisas foram feitas assim.
Se agora, num assomo de sensatez, alguém decidir rasgar estes contractos ruinosos para o Estado, os contribuintes não se livram de ter que pagar chorudas indemnizações à Liscont.

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E porque estas coisas têm protagonistas, eles devem ser nomeados.
Do lado do Estado, o principal responsável político por estes contractos está em funções e chama-se Mário Lino.

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O ministro Mário Lino

A Liscont é do grupo Mota-Engil, que há mais de um ano tem como gestor principal Jorge Coelho. Antes disso, o ex-dirigente e ministro socialista já era consultor do grupo…

O ex-ministro Jorge Coelho
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Cfr. “Público”
27.07.2009
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Há momentos em que desejava ser "mosca"...
gostaria de ter estado "por baixo" daquela mesa na altura das negociações!
Tenho uma fé inabalável no futuro da justiça, em Portugal... Já cá não estarei nessa altura...mas, onde quer que esteja, hei-de dar "três voltas" de satisfação quando as sentenças forem lidas...

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