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24 novembro 2021

Já recebi a tua prenda, António!...

Foi esta manhã quando vi a tua letra 
a sair da caixa do correio...
E logo pensei num novo livro de poemas que me oferecias
nesta época de Natal que se inicia agora.
Como fazes todos os anos.
Obrigado, António Salvado... 
Que Deus te pague.
.
A capa de livro... com um desenho de Manuel Elias
.
...e uma dedicatória simpática, do autor.
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Escolhi, entre os poemas que já li, 
os dois que aqui deixo  escritos.
Gostei deles como gostarei daqueles que deixei 
para ler amanhã, como se fosse já a véspera de Natal...
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O primeiro que escolhi tem o nome de: 
"Cada hora te encontro..."
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"Cada hora Te encontro   renascido
entre nós! - os seres tão culpados:
um dia Te açoitámos e ferimos
e rimo-nos de Ti  na cruz pregado!
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E de mim Te aproximas   em mim pondo
as mãozinhas cheiinhas de ternura
e o Teu gesto sacral mais repercute
todo o amor que nelas  maternal  ressoa.
.
Assim, Senhor, nascido num presépio
e deitado em palhinhas  aquecido,
medito nesse singular mistério
que me alimenta o meu amor por Ti."
...

O segundo poema que escolhi 
para aqui deixar, tem o nome de:
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"Natal a Meias"

"Quando nasceres, meu sacral Menino,
vou ofertar-te   nem sei bem o quê...,
pois são tantos anúncios transmitindo
coisas tão boas nas quatro têvês...

E não sei   neste enorme rodopio
de propaganda   que comprar p'ra Ti:
meias de calcedónia?   o riso fino
daquela actriz? ou umas camisinhas?

Uns sapatinhos de bom cabedal,
ou metade da compra p'ròs bombeiros?
mascarilha soez de carnaval?
uns gostosos bombons (sempre dá jeito...)?

Talvez uma garrafa de espumante
a ser bebida pelos Teus pastores
e por três reis de sítios bem distantes
e sem esquecer José (é sem favor...)...

Talvez uma caixinha de pastéis
de Belém (qu'ironia) ou do Fundão
(terei que ver os saldos... Confusão
que reina por aqui neste universo!...)

Porém, quando p'ró ano regressares
de novo a enregelar cheio de frio
eu já terei escolhido (mas nos saldos!)
uma prendinha que Te ponh'a rir!

E com tais vendilhões a profanarem
profundamente o Teu sagrado ser,
perdoa-lhes, Senhor, eles não sabem
o que fazem e... querem lá saber!!..."
.
Vai um Abraço Amigo, António Salvado,
e um Obrigado, pela prenda de Natal.

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