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27 novembro 2021

Gostei de ler...

no "Jornal i" de ontem, 
26 de Novembro,
o artigo a que o seu autor 
João Luís Mota de Campos
ali nos deixou...
ao qual deu título
"O hara-kiri da direita portuguesa" ...
.
João Luís Mota de Campos
.
Transcrevo apenas a última parte do seu artigo...
(...)
Tivesse a direita estado preparada, tivesse apresentado ao país ao longo de seis anos a lista das medidas reformistas a que se propõe, tivesse um programa de mudança, e estas eleições seriam o momento perfeito para dar início a um novo ciclo político.
Em vez disso, o que nos apresentaram uns “políticos” cheios de táctica e de estratégias de vistas curtas, que em vez de olhar para o país e para aquilo que o país está no direito de esperar do centro-direita, decidiram olhar para as Direcções dos seus partidos, que passaram anos a minar, com um único objectivo: o de tomar o poder interno, de forma a poderem beneficiar de uma vitória eleitoral que outros construíram.

No momento em que o PSD e o CDS deveriam estar activamente a preparar a vitória eleitoral de 30 de Janeiro próximo, estão a digladiar-se internamente, a auto espancar-se em público, a mostrar porque é que não estão prontos para assumir o poder. Em suma, a fazer hara-kiri na praça pública, para gaudio dos comentadores políticos e do Dr. António Costa.

Tudo isto é triste, nada disto era fado. Tivessem Paulo Rangel ou o improvável Nuno Melo tido sentido do interesse público, algum sentido de estado ou ao menos vergonha, e teriam sido os primeiros, disciplinadamente, a pôr-se ao serviço dos seus partidos e da possibilidade de vitória; Em vez disso enfileiraram no grupo daqueles que voluntaria ou estupidamente ajudam António Costa a manter-se num governo cujo único objectivo é manter-se como governo.

Pode haver milagres, mas estou convencido que ganhe ou perca as eleições internas, Paulo Rangel já perdeu, nunca será um estadista: ou ficará como uma nota de rodapé de má memória na biografia de Rui Rio, ou disputará e perderá para António Costa as legislativas. Quanto a Nuno Melo continuará um indiferente deputado europeu enquanto o partido que se empenhou em destruir lhe garantir o lugar.
Sem ser adivinho, há outra coisa de que estou certo: se António Costa ganhar as próximas legislativas sem maioria absoluta, o Governo que daí saia não vai durar muito mais. É um Governo a prazo.
Seria então inaceitável que o centro-direita que saia dessas legislativas não aproveite o ano ou dois anos seguintes para se preparar e apresentar ao país, o que agora declinou fazer, uma verdadeira alternativa reformista.

Como diz o outro, a esperança é a última a morrer…

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