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16 maio 2021

Num passeio a Monsaraz...

 ...em 04/04/1998
Já lá vão 23 anos!
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Hoje é sábado. Os diários e os semanários são lidos no Clube Setubalense, a partir das 9 horas. Ali nos reunimos com o Antero o Torres, o Machado Pinto, o Sustelo e o Ricardo Mota.
Vamos almoçar no chinoca dos Combatentes onde eu não entro há mais de um mês.
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Já decidi ir ao Alentejo profundo mas, pelo sim pelo não, resolvi telefonar à Rosa Capela para saber se havia lugar para mim na camioneta que a CMS pôs à disposição do Coral. Tive carta branca e às 14h 30m lá estava eu em frente do Liceu onde o autocarro nos aguardava.

Sentei-me num lugar a meio do autocarro. Junto da coxia. Um aluno que eu não conhecia foi o meu companheiro de viagem.

Na mesma fila, do outro lado da coxia, a Celeste Calejo dava a janela ao Fernando Fidalgo.

Passado algum tempo chegaram as “minina”. A Ana Paula vinha com a Olga e, logo atrás, a Luísa Neto com a Isabelinha Lopes. A Bela do Sase vinha com elas.

Todas se dirigiram lá mais para trás onde tomaram lugar na ala esquerda daquela ruidosa “assembleia” que ali se formou... A Olga com a Ana Paula e a Luísa com a inseparável Isabel. O autocarro rumou ao Alentejo profundo via Águas de Moura e Pegões… pela estrada antiga! Para pouparem uns miseráveis tostões não foram pela autoestrada! E a viagem foi insuportável levando quase três horas para chegar a Monsaraz!
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Tudo isto apesar dos esforços do Fidalgo, que é um “entertainer” de muito mérito...
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Passámos por Reguengos de Monsaraz e nem parámos porque o atraso era grande.
Subimos a Monsaraz, quinze quilómetros mais além, e percorremos a pé as ruas da povoação. É uma terra muito bonita, talvez mais virada ao turismo do que Óbidos no que respeita a Restaurantes e locais para dormir, com ruas muito curiosas calcetadas com pedra xistenta, por vezes muito íngremes, mas gostei mais de Óbidos!
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Saídos da Igreja, que acabávamos de visitar, já de novo na rua principal de Monsaraz, demos de caras com algumas caras conhecidas que não tinham vindo connosco.
Gente nova a fazer a sua aparição. Era a Marina, era a Glorinha era a irmã da Glorinha, era a Amiga da Glorinha que uma noite, em Janeiro, apareceu para observar as estrelas numa sessão, amplamente fotografada, que realizámos no Liceu. O anfitrião Carlos Marques guiava aquelas Pleiades cheias de vida, feito um Hércules que não se sentia propriamente um Pai... E logo ali fizemos algumas fotografias para que a posteridade possa vir a ter a grata felicidade de testemunhar este encontro.
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A Glória, o Carlos Marques e a Marina
numa rua de Monsaraz.
Durante a estadia em S.Pedro do Corval "esta constelação" teve fugazes períodos de visibilidade...
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O José Flórido, a Luísa Neto e a Zulmira Ribeiro.
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A Celeste Calejo e a Rosa Capela.
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O céu estava de facto bastante nublado neste Alentejo profundo que hoje visitámos... e soprava um vento bem fresco... Apesar disso tivemos a oportunidade de fazer uma foto de conjunto que aqui deixo em "duplicado".
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Lá no fim da rua principal, no espaço em frente do Castelo, 
todos se fizeram à fotografia...
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... e ficaram todos apesar do frio e do vento soprava bem.

Acabada a visita, viemos esperar que todos chegassem, junto da plataforma amuralhada onde o autocarro havia estacionado.
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A vista para leste é magnífica. Na planura que dali se avista, as terras de Espanha estão ali mesma à mão de semear. Villanueva del Fresno, que viu pela última vez o “general sem medo”, está ali à nossa frente. E entre aquela memória e a fortaleza onde nos encontrávamos agora, um Guadiana envergonhado a prometer mais pujança dentro em breve, “avisando” as gentes daquelas terras que emigrem para outro lado, que saiam dali, pois se o não fizerem irão desaparecer submersas numa toalha de água que o Alqueva ainda tornará possível, ali, e até doze léguas a montante...
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Neste momento não posso deixar de recordar o “pacto”, que uns cinco ou seis anos antes, ali tínhamos jurado em frente do dique da barragem que já havia começado a ser feito mas caminhava com uma lentidão imensa... Combinámos que nos iríamos encontrar naquele mesmo sítio 
no dia da inauguração da Barragem... dali por 30 anos! A barragem estava a ser construída ao "ralenti" com uma lentidão muito grande... Espero que nessa altura o Dr.Soveral Rodrigues seja o primeiro a chegar e nos receba com a dignidade que aquele evento merece...
Aproveito para lembrar também, com muita saudade o primeiro “trânsfuga” deste pacto de cavalheiros, o Dr. Estêvão Moreira, que “teimou” em não esperar por aquela data!
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Foi demorado o regresso de todos ao autocarro. Mas foi rápida a viagem até S.Pedro do Corval.
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Houve um pequeno ensaio na Igreja de S.Pedro e, enquanto isso, seriam já umas 19 horas, estive com a Ana Paula, recuperando um pouco as forças, num café mesmo ali à beira da igreja. É que… alguém teve a ideia pouco aceitável, de marcar o jantar, no Restaurante Horizonte... só depois do espectáculo! Estás a ver, Oh! meu?!!...
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Depois do ensaio houve uma visita a uma Olaria onde dois artistas (familiares do Carlos Marques) trabalhavam com enorme perícia o barro espanhol, que ali importam, de muito melhor qualidade que “nacional”...
Oh! Meu Deus... Até no barro!...
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Cinquenta pessoas rodearam os dois homens que tiveram a gentileza de explicar o que estavam a fazer e de responder às perguntas que lhes puseram.
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A Isabel com a Celeste Calejo e a Zulmira
observam com atenção a modelação de um "pote"...
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... e aqui mais algumas coralistas interessadas 
na modelagem do barro.
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No lado oposto àquele em que trabalhavam, uma parede inteira estava coberta por pratos de louça vidrada e esmeradamente pintados. Alguns magníficos exemplares, para aí com meio metro de diâmetro cada um, ficaram a bailar nos olhos da Ana Paula. Que não descansou enquanto não comprou um deles. O mais bonito. Por três notas...
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Com a data da visita assinalada, com o nome da povoação em letras pretas pintadas, os proprietários não quiseram deixar de oferecer, a cada um de nós, um pequeno cinzeiro de barro. Mesmo para quem não fumava...
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Fomos dali para a Igreja e o Sarau decorreu com a normalidade prevista... Umas fífias “imperceptíveis” umas entradas a destempo... uma coisa aqui outra acolá, tudo sem perderem os pergaminhos!
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Um pormenor muito positivo que diz alguma coisa sobre a alta qualidade do Grupo Coral da nossa Escola é o facto de todos terem acabado ao mesmo tempo... 
Ah!... Ah!... Ah!... Puxa! Já não se pode brincar!?...
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O Miguel Matos fez a primeira parte do programa interpretando a solo, no órgão, cinco peças musicais de fundo monástico e acompanhou depois o Maestro Cantor João Paulo Reya em dois trechos, um dos quais era a Avé Maria de Bach/Gounod.
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O Miguel Matos a solo.
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O Miguel Matos acompanhando a Soprano Teresa Inácio
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O Maestro João Paulo Reya
também cantou a "solo" a "Avé Maria de Gounod"
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Quanto eu não teria dado para ter ouvido ali e naquele momento, esta mesma Avé Maria de Gounod, interpretada pelo trompete de oiro de Eddie Calvert num arranjo de Stott, feito em 1956... Com certeza, sem dúvida com toda a certeza, teria sido muito melhor... mas adiante!
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Não podemos deixar de referir a voz maravilhosa da soprano Teresa Inácio que actuou como solista e que, sendo uma miúda de 17 ou 18 anos, tem uma figura muito bonita, mas não tanto como a voz...
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Fiz um mar de fotografias! ...
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A Olga, a Eduarda, a Rosa Capela e a Fernanda Vitorino
agradecem as merecidas palmas da assistência
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Instalei-me com a Ana Paula na terceira fila de bancadas, do lado esquerdo voltado para o altar, à frente do qual o coral actuou.
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O Coral do Liceu de Setúbal em actuação
na Igreja de S.Pedro do Corval

O maestro instalou a banqueta ali quase ao nosso lado e tapava a ala esquerda do Grupo.
Tive de mudar de poiso e, por momentos instalei-me na primeira fila onde, mais próximo, pude trabalhar mais à vontade.
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Quando acabou, fui com a Ana Paula e a Olga, direito ao Horizonte, onde fomos dos primeiros a chegar e nos instalámos numa das extremidades no canto oposto à entrada.

De costas para a parede ficou a Ana Paula, no primeiro lugar, dando a esquerda à Olga. Eu sentei-me em frente da Ana Paula e veio sentar-se ao meu lado a Celeste Calejo. Por ali ficaram também a Profª Zaida e a Zulmira que se sentaram a seguir à Olga. Do meu lado ficou uma miúda coralista a seguir à Celeste e uma professora de Francês que tem o cabelo todo branco (Clara Lopes).
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Umas horas antes, quando o coral ensaiava pela primeira vez na capela após termos chegado da fortaleza de Monsaraz, encontrámos no cafezito onde lanchámos uma jovem amiga da Zulmira que teria sido sua aluna há uns anos atrás, e que se fazia acompanhar de um filhote para aí com dois anitos e pouco. A rapariga é simpática e tem uma cara “lavada", mas o filho é um miúdo sensacional! Nunca chorou! Não fez birras! Não fez traquinices! Portou-se como um Homenzinho! Para orgulho daquela jovem mamã...
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A Isabel com o João Diogo...
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Como o jantar dava para muito tarde a Paula, assim se chamava a amiga da Zulmira, resolveu “tratar do rapaz” antes que ele começasse a “refilar” e perguntou-nos se nós sabíamos se ali, naquele café “espeluncado” onde estávamos, serviriam uma sopinha para o filho.

Não nos pareceu o sítio ideal para fazerem uma sopinha que o “rapazão” iria comer... E logo ali resolvemos ir os três passear pela povoação à procura de um restaurante. Que logo nos indicaram. Pois claro! O Horizonte... Onde havíamos de nos banquetear mais tarde!.

... e o João Diogo a comer a sopinha dada pela Mãe.
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Senhor da situação de emergência, o dono do restaurante falou com uma jovem que deve ser sua filha e é ela quem vem ter connosco para dizer à Paula que vai arranjar uma canjinha para o rapaz. É só aquecer um pouco...

E, na verdade, passado algum tempo, o João Diogo comia a “sopinha” com uma certa desenvoltura, muito embora, de início, ele se tivesse alheado das colherinhas que a Mãe lhe tentava meter na boca, distraído que estava com as brincadeiras que três miúdas faziam entre si enquanto os pais terminavam a conversa à mesa do restaurante.
Leva bons princípios este Joãozinho Diogo... Já larga a comida... por um qualquer “rabo de saia”!! Já viram, o malandrinho...

Acabado o jantar do João Pequeno, aí vamos todos de regresso ao Adro da Igreja. O Joãozinho refastelado no carrinho que a Mãe Paula empurrava...

E eram horas de Concerto! Que, apesar da música a condizer com o local, correu da melhor maneira... Como já foi dito atrás.

O jantar/ceia decorreu bem.
Uma sopa de cação leve, com o caldo fumegante a entornar-se sobre umas lascas de pão vulgar, sem predicados, e com as postas do seláceo descascadas e cosidas no caldo, servido à parte, como é (consta) dos livros...

Depois um “ensopado” de borrego, que não fedia muito... e, para quem possuía umas papilas gustativas demasiado sensíveis e uma pituitária afinada... foi servido, em alternativa, um prato costeletas de porco com as respectivas batatas fritas preparadas em palito um pouco grosso...

O vinho, claro, da Região! Da Adega Cooperativa de Reguengos... Reguengos, tinto, DOC (Denominação de Origem Controlada) de 1997, com uma graduação de 12,5ºvol.

Umas águas minerais e uns refrigerantes para quem não é... bom português!
No final, antes do café, um docinho que, para mim foi de arroz... e que não estava mau apesar de não ter canela.
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A camioneta esperava-nos ao virar da esquina. Passava um pouco da uma da manhã quando acabou o repasto. Faltavam duas horas e meia para me deitar...
E foi por isso que, comentando com a Calejo a fobia do motorista pelas auto estradas , esta, cheia de genica, achou por bem dirigir-se ao “dono da viatura” para lhe sugerir que devia tomar a auto estrada quando chegasse a Montemor o Novo. No que foi bem sucedida!
Sempre podíamos chegar meia hora mais cedo a casa...
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Entretanto, o Flórido que tinha posto o seu “autocarro” à disposição do Coral, para transportar o órgão do maestro, que tinham de levar para o Liceu, arrancou mais cedo, trazendo também com ele o Maestro, o Miguel Matos, a Teresa Inácio e mais não sei quem...

Arrancámos finalmente, deixando para trás o grupo da “gente nova”, que nunca mais vimos...
Dizem-me que chegaram cá já passava das seis da manhã... Benza-os Deus!... Bela Juventude esta!... A fazer-nos recordar, em outros tempos, jornadas de glória... (Glorinha! Juro que esta não foi de propósito!... Esta saiu por acaso... mas tem piada a coincidência... lá isso tem!)

Pensava que podia agora recostar-me e descansar um pouco... cochilar quem sabe...
Qual quê! O Fernando Fidalgo “tomou conta do microfone” (que na realidade nem existia...), tomou conta daquele público ávido de folia e não se calou um minuto, quer fosse por iniciativa própria quer por ser “activado” por umas quantas “enzimas” que por lá se moviam e nem o deixavam descansar nos pequenos intervalos que o Fidalgo decidia fazer.
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E o rapaz tem cá um repertório!... E o rapaz tem cá uma memória!... As letras e as músicas das mais desvairadas e longínquas canções estão “gravadas” até ao mais ínfimo pormenor, naquela enorme e alta “mona” que só tem paralelo nas alturas do castelo da sua terra...
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Sobre esta viagem de regresso a Setúbal três memórias vão perdurar no meu “arquivo”.

Primo. - O comportamento fora do comum que, cada um por seu lado, o funcionário do pessoal auxiliar e uma funcionária da Secretaria mostraram na maneira como se riam a despropósito de qualquer frase, de qualquer dito, de qualquer piada que ouvissem. Gargalhadas alvares, gargalhadas nervosas, gargalhadas extemporâneas, gargalhadas vários tons mais acima daquilo que devia ser normal... Risadas sincopadas, risadas irritantes a propósito de coisas que nada faziam rir, risadas todas elas iguais qualquer que fosse o grau da causa estimulante... Não creio que viessem “carregados” com o néctar de Reguengos... embora parecesse! Em certa altura o Fernando Fidalgo disse, a propósito de uma qualquer letra de canção que “tinha de a escrever na "Internet”! Foi tal o “chavascal” que aqueles dois fizeram rindo alto, “à gargalhada” que ainda agora me pergunto onde é que eles descortinaram a piada...

Secundo. - O livrinho, escrito à mão, de “letras de canções” seleccionadas pelo Ernesto Vitorino. Na altura própria “saca” do livro, folheia longa e cuidadosamente as suas folhas e vai surgindo toda a casta de letras de revolucionárias canções... Ele é o Zeca Afonso, ele é o Correia de Oliveira, ele é o Manuel Alegre... É o Vento que passa... É Um Amigo também... E Fados! Fados de Coimbra que canta sozinho... aliás com boa voz e um timbre muito próprio e agradável... aproveitando o cansaço dos demais que vão dando mostras de saturação. Chega mesmo a cantar duas letras de Coimbra da autoria do Juiz "ma...cas" ali de Almada que algum trabalho tem dado ao Adriano Paulos e Cruz...

Tertio. - O engano do motorista que justificou a sua aversão inicial às auto estradas... Eram três da manhã! Faltavam vinte minutos para chegar a Setúbal! Estávamos a chegar ao nó de Pegões quando o condutor fez o pior... e o mais difícil! Em vez de seguir em frente... saiu por uma lateral! Passados uns segundos demos conta que íamos direitos a... Alcácer do Sal!!! Sem hipótese de voltar para trás... E aqueles vinte minutos que faltavam para a caminha, ali tão próxima, transformaram-se em mais uma hora! Quando, depois das 4h da matina chegámos em frente do Liceu, o Flórido aguardava a caravana... cheio de angústia e apreensão! Aflito com a nossa demora...
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Ao fim de tantos anos é curioso relermos, e relembrarmos, como sucediam estas viagens de que todos nós temos saudades...

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