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08 outubro 2018

Um soneto de Maia Mendes...

No Livro de Curso dos Finalistas
do ano 1944/45, do Liceu de Nun'Álvares,
António Guadalupe Maia Mendes
assinou um Soneto a que chamou
Certeza!...
.

Maia Mendes

Certeza…
.
O tempo foge, voa, em turbilhão que arrasta
As gentes e as coisas, as gentes e as vidas,
E, ao mesmo tempo, deixa imagens esculpidas
No aço d'alma impura, no ouro de alma casta.
.
O tempo tudo lembra, tudo esquece e gasta;
Marmóreas colunas, por Ele destruídas,
Fazem-nos recordar lembranças esquecidas
Na poeira do tempo que veloz se afasta.
.
Nada resiste ao tempo na voraz passagem…
Nada perdura após a branda aragem
Que tudo consome apenas em instantes…
.
Tudo consome, não! Nós nunca esqueceremos,
Enquanto vida houver -- eu sei! -- recordaremos
O tempo do liceu, da capa de estudantes.
.
Maia Mendes,
António Guadalupe de

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