O encenador Jorge Silva Melo arranjou uma nova morada fixa em Lisboa para os Artistas Unidos, companhia que fundou em 1995.
Será no Teatro da Politécnica, junto ao Jardim Botânico, na Faculdade de Ciências, onde a primeira peça estreia em 19 de Outubro. Será um espaço de actores e de autores. É o sonho possível quase dez anos depois do sonho acabado d’A Capital.
A Sala de entrada virada à rua da Escola Politécnica (foto no Público P2)A luz branca da manhã entra em cheio na sala que vai ser de espectáculos, do Teatro da Politécnica, nova residência fixa dos Artistas Unidos (AU). O espaço, no coração de Lisboa, ainda está em obras. Mas não parece, porque a luz tudo limpa. E contrasta com o preto que cobre as paredes altas, nesta e na outra sala, a das Janelas, que será de exposições.
Cfr. Ana Dias Cordeiro.
In. “Público P2”, 06 07 2011.
Nesta foto actual,
...as janelas são as mesmas… mas este teto não era assim!... As actuais traves e vigamento que estão à vista, parecem ser uma “cópia” do teto do “Picadeiro Real” que se situa no outro lado da Faculdade de Ciências, mais próximo de São Mamede e no qual disputávamos os torneios de Futebol de Salão. Lembras-te Salvador Ricardo?... Lembras-te do "Puskas", o Manuel da Palma Martins, grande vedeta do "futsal" daquela época? Alguém me disse que já não está entre nós...
Em 1956, o Salão que aqui vemos em obras, era a “sala de estudo” de muitos de nós. Também ali existia uma caixa de música, uma "music box" como então dizíamos e que só "trabalhava" a troco de moedas de um escudo... (Até que um dia, descobrimos a ponta partida de um florete do Orlando Azinhais, o que nos facilitou a vida daí em diante...). Havia ainda uma mesa de ping-pong sempre com filas à espera... Também ali se disputaram alguns campeonatos universitários da modalidade. Ali vi jogar o nosso amigo Paulo Teixeira Jorge, tão bom jogador quanto dançarino, que era a nossa maior vedeta de Ciências (foi jogador de ping pong no Sporting e acabou por ser... ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, a seguir à independência), o António Osório (sim!... sim!...o António Osório de Castro, da Quinta das Baldrucas, em Oleiros de Azeitão e que foi aluno do nosso Liceu), o António Vasconcelos e Sá, o “maior” da Faculdade de Letras nesta modalidade. Torneios inesquecíveis…
Esta sala comunicava com uma outra, mais a nascente, onde funcionava a Cantina da Associação de Estudantes. Um espanhol, creio que galego, o Sr. Candera, explorava a Cantina e… explorava-nos a nós também…
A sala principal, esta que o “P2” nos mostra, em obras, servia também para a realização dos célebres Bailes de Carnaval e, por vezes, para os Bailes dos Finalistas.
Será bom que recordemos que naquela época não havia nem bares nem recintos com a devida música como há hoje… onde a juventude pudesse "praticar" e dar asas à sua imaginação…
Foto da mesma sala mas tirada do outro topo.A porta ao fundo conduzia à cantina. Creio que será naquela sala que irá surgir a sala do Teatro da Politécnica
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Na inauguração, haverá também uma exposição de esculturas de Ângelo de Sousa, falecido em Março deste ano. “A Sala das Janelas é fantástica para escultura e as dele – pouco conhecidas muitas delas – são extraordinárias”, continua o encenador.
Lembro-me de ele próprio ter permitido que uma tela de sua propriedade exposta numa das suas salas, pudesse figurar também naquela exposição. E lembro-me , como se fosse hoje, dos cuidados havidos com o "transporte" da mesma, na travessia da rua da Escola Politécnica, até ocupar o lugar que lhe competia no grande Salão à entrada, da Associação de Estudantes.
1 comentário:
Tiveste (tivemos) vidas ricas, vidas bem vividas, mesmo que nada tivéssemos feito para nascermos nos anos 30 ! A minha memória vai neste momento para os nossos leaders de então, com especial relevo para Rocha da Silva, Lapido Loureiro e Nogueira Simões. E uma menção muito especial para o Alfredo Noales Rodrigues.
Abraço.OMMatos
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