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31 julho 2020

A Dr.ªOdete está agora...

... junto da sua Mãe.
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Dr.ª Maria Odete Gomes
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Em 22 de Fevereiro de 2012 publiquei um post alusivo ao aniversário da minha Mãe que aqui transcrevo, numa homenagem a uma Colega e Amiga que acaba por sair do convívio de todos nós, os seus Amigos.
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“Hoje é 22 de Fevereiro
Neste dia, em 1902, nasceu a minha Mãe.
E é a propósito desta data, que transcrevo hoje um poema que a Dr.ª Odete Gomes me enviou há já algum tempo, após uma troca de mensagens havida entre nós, por essa altura e na qual se destacava um título: "As mãos da minha Mãe."
Depois de ler, a Dr.ª Odete Gomes enviou uma breve mensagem que me deixou intrigado...
"Enchi-me de lágrimas, estou em pranto, ao ler, e um destes dias vou dizer-lhe porquê.

Um Abraço"

Uns dias depois percebi um pouco melhor o que se teria passado com a sensibilidade da minha colega Odete Gomes que voltou a contactar comigo:
"Fiquei muito emocionada com a belíssima mensagem, por várias razões. Saiba que foram as mãos de uma grande artista de Castelo Branco, a Sr.ª D. Maria de Matos, as mãos de sua Mãe, que elaboraram o vestido mais bonito da minha juventude, que usei em várias cerimónias, e que ainda hoje saberia descrever, com todos os pormenores.
Depois, aquelas belíssimas palavras deram-me o mote, para também prestar esta simples homenagem à minha mãe, que lhe mostro.
"
Grata, um abraço
... e segue o poema. 

"As mãos da minha Mãe"

Ao meu coração chegou hoje mensagem com música solene, sobre ”As mãos da minha Mãe”.
As mãos da minha Mãe trouxeram no seu cesto as flores mais lindas do mundo:
Os meninos de outras Mães.
Meninos pobres, ricos, da aldeia, da cidade,
Meninos de lugares onde só se chegava de burrico,
Porque não havia estrada.
Nas mãos da minha Mãe, outras Mães viram,
Pela primeira vez, a grande maravilha do Universo:
Os seus meninos.
As mãos da minha Mãe encheram-lhes os dias de doçura e de carinhos,
Mostrando-lhes, por vezes, o valor, o sentido da vida.
(Continuas, com certeza, a sorrir, por cada criança que nasce).
As mãos da minha Mãe nunca tiveram horas para laborar.
Dia ou noite, fizesse sol, chuva, neve ou tempo agreste.
Pudessem minhas mãos colocar, hoje, nas tuas
A gratidão
Por me ensinares a ver a beleza que há no último suspiro de sol,
De um ramo frágil vergado ao peso da neve,
Ou dos gestos que são gestos de ti.
Lá onde estiveres,
Para além de todos os limites da terra

Serás sempre maior que a tua memória.
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Maria Odete 2012-01-12
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Também a Odete "será sempre maior que a sua memória!
...Desta vez, quem ficou mesmo emocionado fui eu!...
NB - Peço desculpa, Odete... mas creio que esta data e este seu poema merecem bem esta minha "indiscrição".

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