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27 julho 2018

Eles foram professores do Liceu...

Firmino de Deus Crespo
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Era natural de Idanha-a-Nova, onde nasceu em 29 de Maio de 1907 e tinha como habilitações para o ensino, a licenciatura em Filologia Românica.

Firmino de Deus Crespo
 Foi professor efectivo do 1ºGrupo (Português, Latim e Grego) e iniciou a sua passagem por Setúbal, no ano lectivo de 1953/54, vindo transferido, mediante concurso, do Liceu de Portalegre, nos termos do nº 4, do Art 98º, do Decreto nº 36508, de 17 de Setembro de 1947, por portaria de 18 de Março de 1953, visada pelo Tribunal de Contas, em 23 de Março de 1953 e publicada no Diário do Governo nº 75, II Série, de30 de Março de 1953.
Tomou posse perante o Reitor Cipriano Mendes Dordio, por procuração passada a Armando Gomes, professor de Canto Coral no Liceu.
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Manteve-se no Liceu de Setúbal, como professor, até ao dia 30 de Setembro de 1965,

Por despacho de 11 de Agosto de 1954, publicado no Diário do Governo nº236, II Série, de 7 de Outubro, foi dispensado do serviço para exercer as funções de Leitor de Português, na Universidade de Liverpool, a partir de 1 de Outubro desse mesmo ano, nos termos da alínea b), do Artº4º, do Decreto-Lei 38680 e do Artº31º do mesmo decreto.
Manteve-se em Liverpool até ao fim do ano lectivo de 1961/62.
Em 1962/63, foram-lhe distribuídas 19 horas de serviço docente semanal. Exerceu as funções de Director do 3ºCiclo para que foi nomeado por portaria de 12 de Outubro de 1962, publicada no Diário do Governo nº270, II Série, de 15 de Novembro de 1962.
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Antes de concorrer ao Liceu de Setúbal passou pelo Liceu Mouzinho da Silveira, em Portalegre onde conviveu com José Régio e com José Catana Diogo.
No ano lectivo de 1963/64, foi requisitado para prestar serviço na Direcção Geral do Ensino Primário e, no ano seguinte, 1964/65, continuou em Comissão de Serviço, na mesma Direcção Geral.
Foi transferido para o Liceu Padre António Vieira, por portaria de 20 de Julho de 1965, publicada em 31 de Julho no Diário do Governo.
No pedido que faz, num requerimento apresentado ao Reitor do Liceu de Setúbal, em 11 de Maio de 1972, “Firmino de Deus Crespo professor efectivo do 1ºgrupo, actualmente do quadro do Liceu de Gil Vicente, em Lisboa, tendo prestado serviço da mesma categoria nesse liceu de Setúbal no período que vai de 1953/1954 a 1964/1965, com alternativas da comissão de serviço no Instituto de Alta Cultura e na Direcção Geral do Ensino Primário, requer um certificado do tempo de serviço prestado nesse liceu, durante o período referido, em que foi abonado de vencimentos por essa secretaria
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Em 9 de Junho de 1995, o jornal “Reconquista”, de Castelo Branco, transmitia-nos a notícia da sua morte:
Com 88 anos, faleceu em 22 de Maio, em Carcavelos onde residia, o Dr. Firmino de Deus Crespo, natural de Idanha-a-Nova.
Licenciado em Letras pela Universidade de Lisboa, sempre se manifestou estudante aplicado e depois, como Professor, exímio no ensino e na investigação histórico/literária, tendo exercido vários cargos neste domínio em Portugal e na Grã-Bretanha.
Dedicou muito do seu talento a assuntos de ordem histórica e literária da nossa região e particularmente da sua terra natal pelo que se pode considerar um alto expoente cultural desta zona raiana.
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Entre outras obras, podemos registar:
“Cristóvão Falcão e a sua Écloga Crisfal”, (IV Centenário de Portalegre) - Coimbra 1950;
“Em torno de uma fábula e sua expressão”, num texto latino (Horácio) e texto português (Sá de Miranda) 1947;
“O inconformismo espiritual na Obra de José Régio” (in.Bulletin of Hispanic Studies, vol. 33 Liverpool University) 1956;
“Três momentos na Lírica portuguesa”, Atlântida Editora, Coimbra, 1970.
“Sete Centúrias de Curas Medicinais”, de Amato Lusitano – Tradução do Latim, 1946 – 1950 – 1980. Edição integral em 4 vls, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa, 1983;
“Descobrindo Terras da Beira” – impressão de uma viagem – in “Estudos de Castelo Branco;
“Na Ilha das Sete Cidades” (inéditos) impressões e apontamentos da Ilha Verde (Açores);
“Senhora do Almurtão” – Cancioneiro coligido e precedido de breve estudo histórico – literário. Edição do autor. Lisboa 1954 – 1963 – 1992.
“A Vila de Idanha-a-Nova” – Monografia descritiva e histórica. Lisboa 1985;“Sobrevivências líricas” (Poesias)
Firmino Crespo foi colaborador nas revistas “Ocidente”, “Euphrosine”, “Colóquio”, Revista de Portugal, "Estudos de Castelo Branco", Geographica, etc.

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