nas "Cartas à Directora", do Público de hoje.
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Dr.Santana-Maia Leonardo
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“Cheque-mate!”
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A indignação do socialista José Junqueiro e a notícia do
Público sobre a distribuição de cheques à porta das igrejas pelo Presidente da
Câmara de Viseu é bem revelador da hipocrisia dos nossos políticos e do
desconhecimento do país real dos jornais nacionais.
Como toda a gente que não vive na região de Lisboa sabe, as
eleições autárquicas sempre foram eleições disputadas entre vários candidatos
de partidos diferentes, em que um deles tem ao seu dispor um livro de cheques
da câmara para comprar os votos necessários para garantir a sua vitória nas
urnas. É assim, de norte a sul do país, ilhas incluídas, há mais de 40 anos.
Enquanto uns candidatos percorrem o concelho a prometer um
mundo melhor e a oferecer canetas e papéis, há um candidato que percorre o
concelho com um livro de cheques, oferecendo casas, mobílias,
electrodomésticos, subsídios, apoios, excursões, festas, almoços e jantares.
Tudo por conta do Orçamento do Estado. E agora adivinhem lá em quem é que o
povo vota?
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Moral da história: não há dúvida nenhuma de que, nas
eleições autárquicas, o povo vota sempre na pessoa e nunca no partido, desde
que essa pessoa traga consigo o livro de cheques da câmara, bem entendido.
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Santana-Maia Leonardo,
Abrantes
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