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16 dezembro 2012

Vasco Pulido Valente continua...


... a falar com acerto!... Gostei desta.
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No sua coluna "Opinião", no "Público" de hoje, domingo, podemos ler  mais uma "trancada" que dá em alguns "fazedores de opinião", impantes e convencidos, que por aí andam à solta a largar dislates.

Vasco Pulido Valente

Isabel Jonet

Na Quadratura do Círculo, António Costa, António Lobo Xavier e Pacheco Pereira, sob a moderação muda de um funcionário da SIC, resolveram discutir algumas declarações da dra. Isabel Jonet e o “Banco Alimentar”.
Pacheco Pereira, como sempre, serviu a peça do PS. Lobo Xavier tentou endireitar as coisas, com pouca convicção e quase sem informação. E António Costa deu, deliciado, uma no cravo e outra na ferradura. Claro que o nó do problema foi a diferença entre caridade e Estado Social.
Pacheco Pereira, por indignação ou ressentimento, voltou aos seus tempos de esquerdista, lá veio com a velha conversa de que na essência a caridade humilhava quem a recebia; e que o Estado, prestando um serviço, se limitava a responder a um direito legal do cidadão.
Ao que parece, Isabel Jonet, tinha cometido o imperdoável pecado capital de dizer numa entrevista que preferia a caridade ao Estado social e, sobre isto, já de si claramente subversivo e provocatório, de invocar S.Paulo. Se as luminárias da Quadratura, por uma questão de curiosidade, se houvessem dado ao excessivo trabalho de ir ao site do Banco Alimentar, descobririam logo que ele não aspira a ser senãouma resposta necessária mas provisória” a uma situação desesperada, porque o Estado deve garantir a qualquer pessoa “um nível de vida suficiente que lhe assegure e à sua família, a saúde e o bem-estar , principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à Assistência médica” e ainda a toda a variedade de contribuições que se tornem necessárias. E, para que não restem dúvidas, o Banco Alimentar rejeita a “caridade condescendente” e define o seu trabalho como uma “opção de cidadania”, que, em última análise, se destina a contribuir para o advento de mais “justiça” social.

Isabel Jonet

Quanto à dra. Isabel Jonet, que o anticlericalismo indígena escolheu para bode expiatório da sua impotência, é uma mulher estimável que, de repente, se viu metida no meio de um jornalismo espertalhão. Não sendo nem moralista, nem teóloga, nem política, falava com a maior inocência sobre si e o seu papel no Banco Alimentar, não lhe ocorrendo que se podia meter num sarilho ou suscitar uma polémica a cada palavra atravessou este pequeno tumulto com dignidade e boa fé. E suspeito que ganhou apoios para o Banco Alimentar. A Quadratura do Círculo irritou muito boa gente, Confesso que me irritou a mim e que decidi logo ajudar com regularidade essa extraordinária empresa.
Mais do que isso, estou contente com a decisão. Primeiro, porque eles merecem. Segundo, porque Isabel Jonet mostrou que era uma senhora normal, honesta e francaexactamente o contrário dos políticos que lhe ladram aos pés.

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa.
Obrigada pela publicação.