São alunas da minha primeira turma do 7ºAno
no ano lectivo de 1961/62

Da esquerda para a direita:
(foto cedida pela Maria Eugénia Catraio)
Da esquerda para a direita:
Seomara da Costa Primo - 1985/1986
Seomara da Costa Primo distinguiu-se como professora do Ensino Liceal e do Universitário, investigadora nas áreas das Ciências Naturais e da Educação, e como activista do movimento associativo do professorado do ensino liceal.
A professora e um "fiel amigo" (1930 ?)
Seomara da Costa Primo acumulou a docência universitária com a função de professora do Liceu, no período que vai de 1921 a 1942.
Em 1942 defendeu a Tese de Doutoramento, tendo sido a primeira mulher a doutorar-se em Ciências, o que lhe valeu a divulgação do ocorrido na Imprensa quotidiana bem como o acesso à cátedra de Botânica na Faculdade de Ciências de Lisboa em 1943.
Regeu as cadeiras de Morfologia e Fisiologia Vegetais, Botânica Geral e Botânica Sistemática e, a partir de 1949, a de Desenho Biológico.
O morangueiro bravo (Fragaria vesca)
Segundo Helena Antunes e Cecília Galvão, autoras de um trabalho sobre esta professora, “entre o início da década de 30 e a década de 60, publicou um apreciável número de manuais para o ensino liceal – Botânica, Zoologia e Biologia – aprovados em concursos e oficialmente adoptados que, ao longo de aproximadamente quatro décadas , acompanharam sucessivas gerações de alunos.”
Na cidade da Amadora, onde viveu os últimos 50 anos, a Comissão de Toponímia atribuí o seu nome a uma das suas ruas. Também a uma Escola Secundária da Amadora foi dado o nome de "Seomara da Costa Primo".
“Aposentou-se em 1962 e, os seus últimos anos de vida foram passados com grandes dificuldades de subsistência”…
Faleceu em 2 de Abril de 1986.
Alguma da informação que recolhi foi retirada da obra "Memórias de Professores Cientistas", ed.FCUL- 2001
( * ) Apenas um apontamento histórico:
Na ausência de Vicente Gonçalves, em Outubro de 1953, foi o professor alemão Peter Braumann quem regeu o Cadeira de Matemáticas Gerais, o que fez muito à base do Cálculo de Probabilidades e Estatística… Para meu próprio espanto, e para o espanto de muita gente que me conhecia, a primeira cadeira que fiz na Faculdade de Ciências de Lisboa foi... a Matemática!
Este professor, a quem por chalaça tratávamos por "Pedro Castanho", era um “refugiado” alemão e, também,um “crânio” em Xadrez… Quando no início de 1940, o Dr.Alexandre Alekhine esteve em Portugal, disputou algumas “simultâneas” no Estoril e em Lisboa.
Alekhine é a referência mundial do Xadrez de todos os tempos. Em 1 de Fevereiro daquele ano, disputou na Sociedade de Geografia, perante uma assistência de mais de 600 pessoas, uma simultânea com 40 dos melhores xadrezistas nacionais.
“Ao cabo de oito horas e meia de luta, o campeão encontrava-se visivelmente cansado. Os seus formidáveis recursos ainda lhe valeram em bastantes partidas, entre as quais é digna de citação a jogada pelo novel xadrezista Peter Braumann: um gambito letão que desorienta o campeão do mundo. Braumann chega a jogar com duas damas mas, apesar disso, Alekhine obtém um empate.”
In, “Recordações da primeira visita a Portugal. Dr.Alexandre Alekhine, Janeiro de 1940”
4ºAno – Turma B
em 1959/60
Fui professor desta turma
em Ciências Naturais
nº 10 – Lília Maria Ribeiro Loução
nº 11 – Maria Amália Valero Bornay
nº 12 – Maria Beatriz Diogo de Matos
nº 13 – Maria Beatriz Fernandes Castelo Branco
nº 14 – Maria Cândida Raposo Guerreiro (Chefe de Turma)
nº 15 – Maria Cristina Firmo Farto
nº 16 – Maria da Conceição Ribeiro Lopes dos Santos
nº 17 – Maria das Dores Oeiras Pinto Pontes
nº 18 – Maria Fernanda Raimundo Correianº 19 – Maria Fernanda Guerreiro Basso
nº 20 – Maria Fernanda de Sousa Pardelhas
nº 21 - Maria Fernanda Machado Pinto
nº 22 – Maria Helena Rosa Cardoso
nº 23 – Maria Isabel Nunes de Oliveira
nº 24 – Maria Ivone Esteves da Clara
nº 25 – Maria Júlia Gomes da Costa
nº 26 – Maria Lídia Mendes Rosa Lopes
nº 27 – Maria Luísa da Purificação Simõesnº 28 – Maria de Lourdes Runa Sequeira
nº 29 – Maria Manuela Augusta Caldeira
nº 30 – Maria Manuela da Conceição da Silva Covas
nº 31 – Maria Margarida Amaro do Rosário
nº 32 – Maria de Lourdes Gomes da Costa
nº 33 – Otília Isaura Ferrão Serra
nº 34 - Rosa do Carmo Leandro Ferreira (sub chefe de turma)
nº 35 – Rosa Maria Viegas Rogado
nº 36 – Zerlinda da Cruz Arrebenta
- Pensei que te agradaria, Guilherme:
a Brigitte Bardot tinha um robe do mesmo tecido...
A "entrada" de um outro pavilhão
As fotografias mais disputadas tinham como centro das atenções as “meninas” que nos serviam… A sua habilidade para transportarem as canecas de cerveja, por vezes a enormes distâncias é conhecida em todo o mundo…
E quando falo em “enormes distâncias”… não exagero nada! Alguns destes pavilhões são quase do tamanho de meio campo de futebol!! E cobertos…
.
Num dos pavilhões que visitei, havia um “recinto de equitação” para os jovens se entreterem enquanto os pais se dedicavam às “loirinhas”… ( loirinha = cervejas )
Gente jovem... ao ataque!
Eu também era... mas atacava pouco...
Um bávaro todo contente...
Um ramo de rosas separa duas alemãs divertidasUm estrangeiro no começo da noite...
Outro "estrangeiro" a cumprir!...
Uma mesa de amigos, no piso inferior do pavilhão da Löwenbräu
O Presidente José Marques
"Felizmente temos outros financiamentos, como a energia eólica, os quais nos ajudam a colmatar as verbas que não iremos receber desses impostos."
E se os Senhores Autarcas do Concelho de Setúbal pusessem aqui os olhos?! Decerto não irão dizer que Oleiros é um Concelho mais rico que pode dar-se a estes luxos...
Esta é única fotografia que tenho do Primo Artur Romão
Artur Romão é o segundo a contar da direita, num grupo onde só identifico o médico Dr.Acácio (o primeiro à esquerda), o sr.Artur Rei (o homem baixo ao centro) e o meu Pai (o número dois,a contar de... cima). Esta fotografia deve ter sido tirada em 1930.
Artur Romão era um abastado proprietário de Oleiros casado com uma professora primária, Teresa Martins Romão de quem teve sete filhas e um único filho, Francisco José Romão que se licenciou em Direito na Universidade de Coimbra, em 1935 e exerceu o cargo de Notário em Gondomar, a partir de 1947 (?)
De todas as filhas, apenas a Clotilde, uma das mais velhas, se licenciou em Farmácia na Universidade do Porto, fixando-se em Viseu. Das restantes filhas, a Gracinda fez o magistério primário e seguiu a carreira da Mãe, tendo-se fixado em Oleiros. onde casou (1951?) com um colega professor, o "primo" Francisco Matos.
Todas as restantes, desde a Celestina, a mais velha, até à Guiomar dedicaram-se às lides da casa com as tarefas perfeitamente bem definidas.
Já depois do 25 de Abril, a prima Guiomar tornou-se uma figura histórica ao ter sido eleita, nas primeiras eleições autárquicas, Presidente da Câmara de Oleiros, em representação do CDS.
Foto obtida, em Oleiros, no Verão de 1951
Em Agosto de 1951, quando esta foto foi obtida, o patriarca da Família Artur Romão já havia falecido. Então, a Chefe do Clã era já a prima Teresa, professora aposentada, viúva de Artur Romão, que aqui se vê sentada na primeira fila, comigo ao lado.
A "criatura" pequena que está ao meu colo... não me lembro quem seja! Mas não errarei muito se arriscar que se trata do filho da prima Gracinda que não está presente na foto porque, provavelmente teria sido ela quem tirou esta fotografia
.Identificados que estão os componentes da primeira fila, vamos tratar da fila de trás. A partir da esquerda vamos encontrar a prima Aura, a prima Arminda e a prima Guiomar. Depois aparece a tia Lagrifa e o marido Dr.José Maria Mendes que era irmão da "chefe do clã", a Dona Teresa Romão. Depois, a prima Hermínia e a prima Celestina, a mais velha dos irmãos.
De todas as primas Romões, apenas não estão presentes na foto, a prima Clotilde e a Gracinda. A primeira, era farmacêutica em Vizeu e proprietária de uma Farmácia e de um Laboratório; nesta altura, estaria na Figueira da Foz onde, por tradição, passava parte das suas férias com o marido, Dr.Arnaldo de Melo Machado e com a filha Ana Máxima. A Gracinda era professora primária, tal como a Mãe e o marido Francisco de Matos... que familiarmente, apesar do nome, nada tinha a ver connosco.
A Prima Gracinda com o marido Francisco de Matos
Falta também o único filho da família, o Dr.Francisco Romão, licenciado em Direito na Universidade de Coimbra, que foi notário em Gondomar.
Estive com ele há cerca de oito ou dez anos em Oleiros quando tomei coragem e fui vizitar os sobreviventes daquela Família, onde a idade imperava. Encontrei um homem a rondar os 90 anos... mas perfeitamente lúcido e com conversa coerente.
Conversei também com a Guiomar e com a Hermínia. A Celestina também estava ali mas apenas presente de corpo...
Em 1937, no quintal da casa de Oleiros
Lá no alto, a Prima Hermínia e a Prima Arminda; depois a minha Mãe e a Prima Celestina, ambas da mesma idade; e no primeiro plano a Guiomar que teria nesta altura una 11 ou 12 anos...e tomava conta de mim que teria então um ou dois anos!
O Dr.José Maria Mendes e a sobrinha Guiomar enquadram a "tia"Lagrifa (1951)
.Uma meia dúzia de anos antes daquele em que foi tirada esta foto, Federico Garcia Lorca publicava "A casa de Bernarda Alba"... Não sei porquê sempre que me recordo daquela casa de Oleiros, onde viviam, vem à minha mente este título de Lorca! Cada uma das minhas primas desempenhava a sua função dentro do casarão onde viviam. A Arminda era a "dona" da cozinha, a Hermínia tinha a seu cargo as limpezas... ela era obcecada pelas limpezas... A Aura toda etérea auxiliava a Arminda, enquanto a Celestina, a mais velha organizava com a Mãe a área da produção agrícola. Guiomar, a mais nova e a mais bonita de todas elas, era uma relações públicas muito eficiente. A seguir ao 25 de Abril, foi a primeira Presidente da Câmara do Concelho de Oleiros, eleita pelo CDS.
A Celestina, a Arminda, a Hermínia, o meu irmão Olímpio, a Aura(?), a minha Mãe, de pé e eu...no Verão de 1937
A Guiomar e os dois "maninhos" pequenos... (em 1937)
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Nas janelas do Salão (Verão de 1946)
O jjmatos, o Olímpio, a Hermínia, uma amiga do Porto, a Guiomar e a Aura
.O jjmatos, o Olímpio, a Guiomar, a Hermínia e a Aura.
A égua escura era a Catita
.Em primeiro plano, a Gracinda com o Olímpio e o jj
Ao fundo, a Hermínia, a Aura e a Guiomar.
As quatro primas mais novas: Hermínia, Gracinda, Aura e Guiomar, com o Olímpio (no Verão de 1946) Ainda todas de negro, num luto recente pelo falecimento
do Pai, o primo Artur Romão
A Gracinda teve um fim de muito sofrimento e o primo Francisco de Matos não suportou ficar sozinho. Faleceram com alguns meses de intervalo, no princípio da década de noventa. Estive com todas as outras, em Oleiros, em Julho de 2000... e não sei se teria sido melhor se eu as não tivesse visto... Adivinhava-se o fim.
Sete anos depois, não resta ninguém daquela geração que tão boas e gratas recordações deixou na minha memória antiga.
Vale a pena ler este artigo que Miguel Carvalho publicou na sua coluna da revista "Visão", à qual deu o título de "A Devida Comédia".
Miguel Carvalho
nº 11 – João Manuel Santos Gomes Pereira
nº 12 – Joaquim Manuel Rolão Alferes
nº 13 – José Alberto Pereira
nº 14 - José António Guerreiro Solá da Cruz
nº 15 - José Custódio Sanchez Antunes
nº 16 – José Francisco Martins Luz
nº 17 – José Manuel Costa Dias Duque
nº 18 – Luís Fernando Palma Lopes de Carvalho
nº 19 – Manuel António David Castelo Peres (chefe de turma)
nº 20 – Nelson Manuel Pilar Joaquim
nº 21 – Aida Maria Alcobia de Morais
nº 22 – Ana Maria Torres Ferreira da Cunha
nº 23 – Angelina Moreira de Almeida Carvalho
nº 24 – Benvinda Duarte Santos
nº 25 – Cesaltina Maria Afonso Lopes
nº 26 – Elvira Sanchez Valseiro
nº 27 – Isabel Maria Piteira Ferreira Pena
nº 28 – Jorsina Pereira Costa
nº 29 – Leonor Perpétua da Silva Casanova
nº 30 – Maria Beatriz Biscaia da Silva Macedo
nº 31 – Maria Fernanda Fernandes Guerreiro Álvaro
nº 32 – Maria Fernanda da Luz Caineta
nº 33 – Maria de Jesus Batista Nascimento
nº 34 - Maria João Costa Madeira
nº 35 – Maria Luísa de Sousa Uva
nº 36 – Maria Joaquina Nunes Ratão
nº 38 – Mariana Simplício Mendes Coelho
nº 40 – Mavíldia Pereira José
Faziam ainda parte desta turma os alunos:
nº 37 – Maria Manuela de Figueiredo Isabelinho
nº 41 – Rosa Fernandes e
nº 42 – Carlos Alberto Coelho Simplício (sub-chefe de turma)
(de quem não tenho fotografias)
António Salvado, um bom Amigo, um grande Poeta.
..Com a capa "iluminada" por uma bonita pintura de Artur Bual e uma primeira página onde escreveu uma dedicatória sentida e simpática, o livro "Antologia" repõe dois poemas escritos em 1971, dedicados às estátuas do Jardim do antigo Paço Episcopal.
A dedicatória
É o primeiro daqueles dois poemas que aqui deixo reproduzido.