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04 outubro 2022

O Beija-Flor...

Fez há pouco 25 anos que escrevi estas memórias...
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Esta noite, por qualquer desígnio do acaso, lembrei-me da maneira como os colibris ficam parados no ar (voler sur place) pairando junto das flores que libam. E isso foi fonte de inspiração.
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O Beija-Flor
Ou Colibri

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Colibri é o nome vulgar de uma pequena Ave da América do Sul, da Ordem dos Tenuirrostros e da Família das Troquilidas, que se alimenta do néctar das flores e apresenta plumagem de cores brilhantes e reflexos metálicos. Seu voo é muito rápido e é capaz de “voler sur place”. Uma Ave também conhecida por Beija-Flor.
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E a inspiração deu nisto:
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Estão suspensos num desejo
Teus olhos negros rasgados...
Fecho os meus olhos e vejo
Dois olhos apaixonados...

Um beijo aqui, ao de leve
Outro acolá, com Amor...
Fico parado no espaço
Como faz o beija-flor

Quando beija, o Colibri
Beija com tanto vigor
Que, envergonhada, eu já vi
A Rosa ficar sem cor...

Se um Colibri te pareço
E tu a Flor num jardim
Beijo a flor e bem mereço
Que me beijes só a mim...

O Beija-flor quando beija
Deixa a flor ruborizada
O tudo que se deseja
É um tudo... quase nada...

Gostaria de voar
Em “sur place”... p’ra te ver
Pairar no mesmo lugar
Ter-te à mão... e não te ter...

As tuas asas abertas
Ao vento, para voar...
Deixam, de sombras, cobertas
Minhas penas... a penar...

Se sinto o bem que me fazes
Sonho com a liberdade...
Só os sonhos são capazes
De mudar o que é verdade...

As asas do Beija-flor
Batem depressa demais
Tuas asas que não vejo
São mil abraços fatais...

Tu voas atrás do vento
Com vontade de o prender
Fechas a mão num momento
Mas nada fica p’ra ver...

Atrás de ti ando eu
Com vontade de te ter...
O vento corre no céu
Tu corres p’ra me não ver...

Para seres o que eu desejo
Dava-te um beijo primeiro...
P’ra te abraçar... outro beijo
E p’ra te ter... um terceiro!...
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João de Castelo Branco
Alpedrinha/
Agosto - 1997

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