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29 abril 2023

Foi meu aluno em 1964/65...

 Em 23/11/2022, recebi um e-mail de um antigo aluno:

"Chamo-me Luís António Martins Marques tenho 73 anos e fui seu aluno no LNS creio que, no meu 3º ou 4º ano, teria eu 13 ou 14 anos. A última vez que tive o prazer de privar consigo foi num jantar de antigos alunos do liceu há cerca de 14 anos num restaurante de que não me recordo o nome mas que retive, ficar à saída de Setúbal na estrada para Azeitão!  (*1)

Numa navegação recente na net, ao acaso, encontrei o seu blog e o seu contacto de email.

Durante a visita ao seu blog, fiquei contente pela partilha das suas memórias! Por momentos regressei aos tempos felizes duma época que jamais esquecerei pelos professores que tive e dos quais o prof. Matos faz parte.

Junto envio a minha fotografia e, porque gosta de pintura junto envio  uma das minhas "ousadias  cartonisticas”  (*2)

Forte abraço amigo e muita saúde!

Luís Marques "

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Não conseguindo recolher as imagens que me enviou... fui deixando passar o tempo, sempre à espera que "um milagre" que me facilitasse a recolha daqueles desenhos.

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Em 06/02/2023 recebo de novo notícias  do Luís Marques:

"Dr. Matos gostaria de colaborar no seu blogue com alguns bonecos "humorísticos" de que, junto envio, alguns exemplares, para publicação se assim o entender.
Abraço 
Luís Marques"

NB - Devo dizer que tive grande dificuldade e "transportar" aqueles desenhos para o meu computador e, em dada altura, pedi-lhe que utilizasse um outro processo de transmissão. O resultado teve o êxito esperado.

Luís António Martins Marques  
 (nº28 - 4ºA  no ano lectivo de 1964/65)
(foto da época)
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Uma turma onde "moravam" também o Alfredo "Cabaneiro", o António Aurélio, o António Teixeira, o António José Almeida, o Fernando Ziegler, o Hélder Cordas, o Jean Pierre Trevidic, o João Gabriel Moreira, o João Manuel Curado, o Romão Eusébio, o Estevinho Fronteira, o Jucá,  o Luís Rocha Oliveira, o Manuel Pedro Gama Cachão e o Rui Cardoso... 
       ...Como é que pode esquecer-se uma turma destas?!!...
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NB :
*1 - No "Restaurante Zé do Nabo", em 1 de Outubro de 2011
*2 - Não fui capaz de recolher a fotografia nem as tuas "ousadias  cartonisticas”. Espero que continues a enviar-me os teus desenhos pela "via Outlook" .
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Para iniciarmos esta colaboração deixo aqui a única fotografia que o Luís Marques me enviou e que eu já consegui receber:

As Fontaínhas, em Setúbal
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Vai um abraço.
E espero mais "trabalhos" teus...
jjmatos

28 abril 2023

Vou ser teu Anjo...

Reparte a Mágoa
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Não queiras sofrer só!
Reparte a mágoa...
Compartilha comigo a tua dor.
De ti não tenhas dó...
Não vou abandonar-te
Tenhas tu seja o que fôr...

Se a dor que te deprime
E te comprime a alma
Se mantiver até ao fim...
Fecha teus olhos e adormece calma,
Que adormeces rodeada de ternura...
Jaz descansada... e, ai! de mim...
Vou ser teu Anjo aos pés da sepultura!
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jjmatos
01.05.1998

27 abril 2023

Mais um Poema...

... de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
(1988-1935)
.

“Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.
As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!
Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.
Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!

“Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada”.
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Fernando Pessoa

25 abril 2023

O meu 25 de Abril...

... A Gi faria anos hoje .
Nasceu em Castelo Branco
em 25 de Abril de 1962.

                        GI

23 abril 2023

Recordações...

 Na Barragem de Alcântara
    em 23 de Abril de 1973
   a caminho de Cáceres
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O JMiguel e a Gi
com a Barragem ao fundo.
Faz hoje 50 anos

22 abril 2023

Escrevi estas linhas...

 ... em  07/09/2003

e já nem lembro a origem de tal "Lição"
nem quem é a "Margarida" que me a enviou.
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Uma Lição de vida,

porque hoje é a primeira lição do resto das nossas vidas.

Beijos e abraços,

Margarida

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"No primeiro dia de aula o nosso professor se apresentou aos alunos, e nos desafiou a que nos apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda.

Eu fiquei em pé para olhar ao redor quando uma mão suave tocou meu ombro.

Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, sorrindo radiante para mim.

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Um sorriso lindo que iluminava todo o seu ser. Ela disse:

"Ei, bonitão. Meu nome é Rosa.

Eu tenho oitenta e sete anos de idade.

Posso te dar um abraço?"

Eu ri, e respondi entusiasticamente:

"É claro que pode!", e ela me deu um gigantesco apertão.

Não resisti e perguntei-lhe:

"Por que você está na faculdade em tão tenra e inocente idade?", e ela respondeu brincalhona:

"Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar."

"Está brincando", eu disse.

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Eu estava curioso em saber o que a havia motivado a entrar neste desafio com a sua idade, e ela disse:

"Eu sempre sonhei em ter um estudo universitário, e agora estou tendo um!"

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Após a aula nós caminhamos para o prédio da Associação dos Estudantes, e dividimos um milkshake de chocolate.

Nos tornamos amigos instantaneamente. Todos os dias nos próximos três meses nós teríamos aula juntos e falaríamos sem parar.

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Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela "máquina do tempo" compartilhar sua experiência e sabedoria comigo.

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No decurso de um ano, Rosa tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse.

Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida!

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No fim do semestre nós convidamos Rose para falar no nosso banquete de fim de curso.

Jamais esquecerei o que ela nos ensinou.

Ela foi apresentada e se aproximou do pódium.

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Quando ela começou a ler a sua fala, já preparada, deixou cair três, das cinco folhas no chão.

Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou o microfone e disse simplesmente:

"Desculpem-me, eu estou tão nervosa!

Eu não conseguirei colocar meus papéis em ordem de novo, então deixem-me apenas falar para vocês sobre aquilo que eu sei."

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Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e começou:

"Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque paramos de jogar.

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Existem somente quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguir o sucesso. Primeirovocê precisa rir e encontrar humor em cada dia. Segundo, você precisa ter um sonho. Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem desconfiam!

Terceiro, há uma enorme diferença entre envelhecer e crescer.

Se você tem dezanove anos de idade e ficar deitado na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará com vinte anos.

Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar na cama por um ano e não fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e oito anos.

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Qualquer um, mais cedo ou mais tarde ficará mais velho.

Isso não exige talento nem habilidade, é uma consequência natural da vida.

A ideia é crescer através das oportunidades.

E por último: Quarto, não tenha remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem por aquilo que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer.

As únicas pessoas que tem medo da morte são aquelas que tem remorsos."

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Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente "A Rosa".

Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária.

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No fim do ano Rose terminou o último ano da faculdade que começara há tantos anos atrás.

Uma semana depois da formatura, Rose morreu tranquilamente em seu sono.

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Mais de dois mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, através de seu exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente ser, se realmente desejar.

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Quando você terminar de ler isto, envie esta palavra de conselho para seus amigos e familiares.

Eles realmente apreciarão!

Estas palavras têm sido divulgadas por amor, em memória de "Rosa".

Uma grande mulher. Na verdade um grande ser humano.

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Lembre-se:

Envelhecer é inevitável, mas crescer é opcional.”

21 abril 2023

Pensamento...

“Mais vale estar calado
e parecer-se estúpido,
do que abrir a boca e confirmar!”
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Autor desconhecido

 

19 abril 2023

Humor antigo...

... com o traço 
inconfundível de
Jean Bellus
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- Qual russo, nem qual americano! O primeiro viajante do espaço é o teu querido paizinho, ouviste?... Olha para ele!...

18 abril 2023

Associação de Estudantes...

 da Faculdade de Ciências da
    Universidade de Lisboa
           20. Fev.1956
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Os membros da Direcção da AEFCL
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Foto obtida no "Salão grande" da sede da
AEFCL, à entrada do Jardim Botânico, à Politécnica.

Nesta fotografia está reunida a maioria dos elementos da Direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa, no ano lectivo de 1955-56.

Reconhecemos todos eles. A partir da esquerda, o madeirense José Barbeito, nado e criado na rua da Carreira no Funchal (Oh! Barbeito... isto é que é memória!), o Quaresma da secção de Xadrês, o Vice-Presidente jjmatos, o Crespo Joaquim, a Francisca Mendes do Carmo Dionízio (a Chiquinha), o alentejano Luis Moura, o Presidente Fernando António Pinto Alves Martins e a "eminência parda" do PCP na Faculdade de Ciências, o impecável e eficiente Alfredo Noales Rodrigues de quem nunca mais ouvi falar... nem sequer nas últimas décadas da "era moderna"...

16 abril 2023

Miguel Esteves Cardoso dixit...

 in "O gato das botas"
do "Fugas" - no "Público"
de ontem 15 de Abril
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Miguel Esteves Cardoso
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"Eu até gosto de bacalhau fresco e de pernil de porco, mas compará-los com uma boa posta de bacalhau ou com uma fatias de bom presunto, é como comparar uma sopa de letras com um soneto de Camões."

15 abril 2023

O poeta é um fingidor...

Autopsicografia


Fernando Pessoa
(1888/1935)


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

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in, "Cancioneiro"

13 abril 2023

São quadras, meu bem... São quadras!...


“A tua saia travada
Quando vou dançar contigo,
Fica sempre “destravada”
Com as coisas que eu te digo…”
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J. Correia Tavares

12 abril 2023

O Sousa Tavares... e o Expresso!

publicado neste blogue
em 12 de Março de 2007.
Faz hoje 16 anos!...
.

No número 1784 do Jornal Expresso, publicado no passado dia 6 de Janeiro, o colunista Miguel Sousa Tavares desferiu um violentíssimo ataque contra os professores (que não queriam fazer horas de substituição), assim como contra os médicos (que passavam atestados falsos) e contra os juízes (que, na relação laboral, pendiam para os mais fracos e até tinham condenado o Ministério da Educação a pagar horas extraordinárias pelas aulas de substituição).
Em qualquer país civilizado, quem é atacado tem o direito de se defender. De modo que a professora Dalila Cabrita Mateus, sentindo-se atingida, enviou ao Director do Expresso, uma carta aberta ao jornalista Miguel Sousa Tavares. Contudo, como é timbre dum jornal de referência que aprecia o contraditório, de modo a poder esclarecer devidamente os seus leitores, o Expresso não publicou a carta enviada.

Um aparte meu:
... e quem seria o sr. Miguel de Sousa Tavares se não fosse filho de quem é?!!!! Alguma vez na vida fez algo que o tornasse assim tão mediático?!

Aqui vai, pois, a tal Carta Aberta, que circula pela Net. Para que seja divulgada mais amplamente, pois, felizmente, ainda existe em Portugal liberdade de expressão.

Carta de uma professora:

«Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados com a educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o código deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a temática de forma séria e isenta.

O senhor jornalista e a ministra que defende não devem saber o que é ter uma turma de 28 a 30 alunos, estando atenta aos que conversam com os colegas, aos que estão distraídos, ao que se levanta de repente para esmurrar o colega, aos que não passam os apontamentos escritos no quadro, ao que, de repente, resolve sair da sala de aula. Não sabe o trabalho que dá disciplinar uma turma. E o professor tem várias turmas.

O senhor jornalista não sabe (embora a ministra deva saber) o enorme trabalho burocrático que recai sobre os professores, a acrescer à planificação e preparação das aulas. O senhor jornalista não sabe (embora devesse saber) o que é ensinar obedecendo a programas baseados em doutrinas pedagógicas pimba, que têm como denominador comum o ódio visceral à História ou à Literatura, às Ciências ou à Filosofia, que substituíram conteúdos por competências, que transformaram a escola em lugar de recreio, tudo certificado por um Ministério em que impera a ignorância e a incompetência. O senhor jornalista falta à verdade quando alude ao «flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro sector de actividade, público ou privado». Tal falsidade já foi desmentida com números e por mais de uma vez. Além do que, em nenhuma outra profissão, um simples atraso de 10 minutos significa uma falta imediata. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra tenha obrigação de saber) o que é chegar a uma turma que se não conhece, para substituir uma professora que está a ser operada e ouvir os alunos gritarem contra aquela «filha da puta» que, segundo eles, pouco ou nada veio acrescentar ao trabalho pedagógico que vinha a ser desenvolvido. O senhor jornalista não imagina o que é lecionar turmas em que um aluno tem fome, outro é portador de hepatite, um terceiro chega tarde porque a mãe não o acordou (embora receba o rendimento mínimo nacional para pôr o filho a pé e colocá-lo na escola), um quarto é portador de uma arma branca com que está a ameaçar os colegas. Não imagina (ou não quer imaginar) o que é leccionar quando a miséria cresce nas famílias, pois «em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». O senhor jornalista não tem sequer a sensibilidade para se por no lugar dos professores e professoras insultados e até agredidos, em resultado de um clima de indisciplina que cresceu com as aulas de substituição, nos moldes em que estão a ser concretizadas. O senhor jornalista não percebe a sensação que se tem em perder tempo, fazendo uma coisa que pedagogicamente não serve para nada, a não ser para fazer crescer a indisciplina, para cansar e dificultar cada vez mais o estudo sério do professor. Quando, no caso da signatária, até podia continuar a ocupar esse tempo com a investigação em áreas e temas que interessam ao país. O senhor jornalista recria um novo conceito de justiça. Não castiga o delinquente, mas faz o justo pagar pelo pecador, neste caso o geral dos professores penalizados pela falta dum colega. Aliás, o senhor jornalista insulta os professores, todos os professores, uma casta corporativa com privilégios que ninguém conhece e que não quer trabalhar, fazendo as tais aulas de substituição. O senhor jornalista insulta, ainda, todos os médicos acusando-os de passar atestados, em regra falsos. E tal como o Ministério, num estranho regresso ao passado, o senhor jornalista passa por cima da lei, neste caso o antigo Estatuto da Carreira Docente, que mandava pagar as aulas de substituição. Aparentemente, o propósito do jornalista Miguel Sousa Tavares não era discutir com seriedade. Era sim (do alto da sua arrogância e prosápia) provocar os professores, os médicos e até os juízes, três castas corporativas. Tudo com o propósito de levar a água ao moinho da política neoliberal do governo, neste caso do Ministério da Educação.

Dalila Cabrita Mateus,
professora, doutora em História Moderna e Contemporânea».
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NB -
Insisto na minha pergunta de há pouco:
"Se não fosse filho de quem é... quem seria o senhor Miguel Tavares ??!!!...

11 abril 2023

Citações...

Leva dois anos para aprender a falar e
sessenta para aprender a calar a boca.
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Ernest Hemingway

10 abril 2023

Recordações...

Foto obtida 
em Agosto de 1990
.
A Gi e a Madalena

08 abril 2023

Senhor Alzheimer...

Já fez 16 anos
que escrevi
aqui este post.
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Gosto cada vez mais de ler o "espaço" de Graça Franco. A "Crónica" de hoje, no “ Público”, a que deu o nome de Senhor Alzheimer fez “soltar as águas dos meus olhos”…

Graça Franco

Com a provável permissão de Graça Franco e do Director do Público deixo aqui algumas das linhas que ela nos guardou para hoje…

(…) Olho à minha volta e sei que não os conheço. Excepto a Rita. Uma morena esguia que sorri sempre. É bonita a Rita. Sei que se chama assim. Embora nunca consiga pronunciar-lhe o nome. É a língua que foge entre a dentadura e o céu-da-boca e se enrola nas letras. Rita nunca me sai. Chamo-lhe amiga. Amiga, sai-me sempre. Ontem virei-me para ela e saiu-me bem:- Então amiga? E ela: "Estou bem, pai. E o pai?"

(…) E ela, amável, como se eu lhe tivesse respondido que me sentia bem, continuou sorrindo, como sempre." Esta, pai? É a Inês, pai. Não se lembra...? Está tão grande pai, não está?" É curioso o facto de, à medida que o tempo passa, as medidas se tornarem tão importantes como o clima. Reservam-nos dois únicos tipos de conversa: o estado do tempo e o estado dos netos. Eles estão sempre "mais altos, não é?" e o tempo está sempre "mais frio, não está?" e esperam de nós um assentimento entusiástico do tipo: "Pois é!" Às vezes faço-lhes a vontade. E eles, felizes, pensam que não morri.

(…) Os netos são uma pequena multidão ruidosa, exactamente igual à dos outros miúdos. (…) têm em comum o facto de serem seres que ou me ignoram, ou fogem de mim. Às vezes, na pressa, tropeçam nas minhas pernas ou nos meus olhos. Então, murmuram, adiando a fuga, um apressado: "Bom dia, avô! (mesmo que seja noite!). Hoje, como é que está?" O hoje deve-se ao facto de não saberem como me sentia ontem e anteciparem que isso não lhes vai interessar amanhã. Excepto, claro, se voltarem a tropeçar em mim.

(…) Reconheço que não me esforço por os conhecer. Excepto um. Decidi que era filho da Rita, mas, se calhar, é filho de outra qualquer, da loiraça espampanante ou da matrona afogueada. Talvez nem seja meu neto. Pouco importa. Chamo-lhe Zé para dentro, mas, para fora, não lhe chamo coisa nenhuma, porque nunca me sai. Tem fraldas como eu, o que ajuda a nossa proximidade. Não foge de mim. Pelo contrário. Olha-me fixamente à espera de uma resposta qualquer. E não se cansa. Começa de manhã ao pequeno - almoço e, às vezes, pela tarde, ainda anda por ali. Noutro dia veio dar-me um chocolate! Gostei. Comi-o todo, enquanto ele espreitava pelo cantinho do olho a saboreá-lo também, como se, de repente, tivéssemos ido os dois à pastelaria comer um bolo. Ao Zé não lhe saem as frases como a mim. Parece que também não tem grande memória. Acho graça pensar que tem as gavetas do cérebro trocadas como as minhas…

No Verão andava ele à volta do lago e apareceu a Rita. E eu, aflito, gritei alto e bom som: "Cuidado com o lavatório!" Ela esperta ouviu e correu para o miúdo. Mas, ele, não me perdoou a traição. Olhou-me com a raiva que se reserva aos denunciantes. No regresso, atirou-me a língua de fora, à socapa. Apeteceu-me correr atrás do diabrete, para lhe agradecer a façanha de ter continuado vivo. Não queria vê-lo transformado em peixe. Foi então que tropecei nos próprios pés e se soltaram as águas. Não é novo. Passam a vida a soltar-se. Mas, dessa vez, foram as águas dos olhos. Ele apavorado começou a gritar: "O avô está a chorar!" Mentira. Soltar águas é outra coisa... mesmo as águas dos olhos. Mas não voltou a fugir. Ficou uns dias a cirandar ao meu lado e a limpar-me as águas da cara.
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(…) Sei que já não sou novo. Às vezes, encontro-me, cá em casa, com um outro velho que não conheço e me faz lembrar o meu pai, mais gasto e mais cansado. Já não tem conversa. Fica ali em silêncio a olhar para mim como se eu fosse um espelho. Não me arrelia. Dou comigo a pensar como será o mundo? O Zé é pequeno de mais para essas conversas. Mas o velho, coitado, não responde, deixa-me falar sozinho sem dar uma para a caixa. Mesmo nos dias em que se abre a janela do mundo há coisas que já não percebo. Tenho saudades de uma boa discussão sobre livros, sobre arte, sobre religião, sobre política. Até sobre mulheres. Um dia destes, deve ter sido dia de limpeza no cérebro e de repente abriu-se a gaveta das letras. Há muitos anos que não consigo ler. Foi desde aí que esqueci o meu nome: só sei que sou Pessoa. Ou melhor, tenho a certeza que já fui Pessoa, mas não me lembro se António, ou se Alberto. Fernando é que não, que esse também não sabia quem era, mas não era eu...Um dia destes consegui ligar as letras outra vez, quando vi na mesa da cozinha o Correio da Manhã. Num ápice vi, na última página, a foto de uns bombeiros a levar um morto embrulhado num lençol. Tinha um título a negro "Homicídio" e li, e percebi perfeitamente que havia um homem que tinha morto a mulher, ou o contrário. Uma mulher que tinha morto aquele homem, porque estava desesperada com a doença dele, ou dela, e depois vinha o meu nome... Alzheimer. Eu não era o morto, por isso não percebi por que falavam de mim.

Mas gostei de reencontrar o meu nome através do jornal. Alzheimer. Tenho a certeza que é isso que me chama todos os meses o doutor, quando se vira para a Rita para dizer que eu só preciso que falem comigo, e não fujam, porque "isso é muito melhor do que dar mais remédios ao senhor Alzheimer…

Graça Franco
Jornalista

07 abril 2023

No recanto de um "Diário"...

 ...escrito no dia 7 de Abril de 2001:
.
"Na Península Ibéricadois Clubes de futebol que levam uma vantagem de 11 pontos em relação ao 2º Classificado:
O Benfica de Castelo Branco e o Real Madrid!!!...

06 abril 2023

Humor antigo...

In "O Mundo ri" 
 Julho de 1961
.
- Estás a sair-me caríssima... A mais de 22$00 o quilo!

04 abril 2023

Esta noite no "Liceu Nacional de Setúbal"...

 ...agora Escola Secundária de Bocage.
realiza-se um jantar que reúne professores actuais
e alguns professores de "outros tempos"...
Será que poderemos ultrapassar as "consequências da pandemia" e reatarmos os saudosos almoços do "Natal" e da "Páscoa"?!...
.
Devo ser um dos mais antigos Professores agora presente
neste regresso ao convívio com as novas gerações.

A minha primeira nomeação...
(numa altura em que ainda não nos pagavam o tempo de férias...)

Citações...

A maturidade do homem é ter recuperado a serenidade com a qual brincávamos
quando éramos crianças.
.
*Frederich Nietzsche*

03 abril 2023

Memórias...

 15/03/1952

...andei com o Salvado que me mostrou um seu poema que foi publicado na "Reconquista"... e fomos até ao Jardim do Paço  onde encontrámos  a Belinha mais o Virgílio.  Tinham dois "paus-de-cabeleira"...a prima da Belinha e a Vitória. Esta noite fui à JEC, mas como não houve reunião, fui mais o Pires Antunes e uma grande malta, dar a "Volta dos tristes" e, depois, sentámo-nos num dos bancos do passeio a falar sobre o "crime de Cascais".

02 abril 2023

São quadras, meu bem... são quadras.

.
Oh! Meu rico Santo António
Meu santinho milagreiro
Faz com que este Governo
Não me roube mais dinheiro...

01 abril 2023

Cheio de sorte...

 ... comunico  todos os meus Amigos
que me saiu o "Totoloto" !!! ...
Se precisarem de dinheiro... 
é só dizerem!...