31 março 2022
Memórias escritas...
30 março 2022
Frases lindas...
28 março 2022
Setubalense - 1974 - Junho
26 março 2022
São quadras, meu bem... são quadras!...
Os olhos são indiscretos,
Revelam tudo o que sentem,
Podem mentir os teus lábios,
Os olhos, esses, não mentem.
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Florbela Espanca
25 março 2022
Memórias escritas...
...em 29/04/2006
No suplemento do Público de hoje, no Mil
Folhas, um título chamou a minha atenção para uma época distante em que Manuel
Bandeira estava muito em voga… “Vou-me embora pra Pasárgada.” Foi uma época, a
de 1958-59 passada em Lisboa quando, com apenas uma cadeira para fazer na
Faculdade, eu tinha muito tempo livre e frequentava o Martinho do
Rossio com a companhia do José Figueiredo e com o Francisco Relógio ali por
perto desenhando aquelas figuras características, a tinta da china… o que me trás à lembrança as conversas sobre tudo o que cheirava a cultura e proibições…
Os Poemas de Manuel Bandeira circulavam por
baixo do balcão das boas livrarias de Lisboa - Portugal e Bertrand - e lembro
desde essa altura o poema “Vou-me embora pra Pasárgada” que eu achava uma
maravilha.
“Vou-me
embora pra Pasárgada”
“Vou-me
embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me
embora pra Pasárgada
Vou-me
embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.”
24 março 2022
Povo que lavas no rio...
Povo que lavas no rio
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!
Meu cravo branco na orelha!
Minha camélia vermelha!
Meu verde manjericão!
Ó natureza vadia!
Vejo uma fotografia…
Mas a tua vida, não!
Fui ter à mesa redonda,
Bebendo em malga que esconda
O beijo, de mão em mão…
Água pura, fruto agreste,
Fora o vinho que me deste,
Mas a tua vida, não!
Procissões de praia e monte
Areais, píncaros, passos
Atrás dos quais os meus vão!
Que é dos cântaros a fonte?
Guardo o jeito desses braços…
Mas a tua vida, não!
Aromas de urze e de lama!
Dormi com eles na cama…
Bruxas e lobas, estrelas!
Tive o dom de conhecê-las…
Mas a tua vida, não!
Subi às frias montanhas,
Pelas veredas estranhas
Onde os meus olhos estão
Rasguei certo corpo ao meio…
Vi certa curva em teu seio…
Mas a tua vida, não!
Só tu! Só tu és verdade!
Quando o remorso me invade
E me leva à confissão…
Povo! Povo! Eu te pertenço.
Deste-me alturas de incenso.
Mas a tua vida, não!
Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!
22 março 2022
A pintura de Graça Lagrifa...
20 março 2022
Humor antigo...
17 março 2022
Memórias escritas...
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“A actriz que marca o teatro português das últimas décadas morreu
anteontem, dia 27 de Abril, em sua casa em Campo de Ourique. Não se considerava
uma pessoa excepcional e em jovem estranhava o seu rosto, que não correspondia
aos padrões da época.”
Glicínia Quartin
Creio que se teria
licenciado uns tempos depois já que fiquei, na altura, com a ideia que era "por
desporto" que ela frequentava aquela Escola… Se calhar engano meu…
Anos mais tarde tornou-se
uma Senhora do Teatro e, se bem me lembro, interpretou, quando eu estava no
Porto a terminar o Curso, no Ano do Delgado ou no ano anterior, em conjunto com
a Dalila Rocha, uma peça no Teatro Sá da Bandeira, integrada no Teatro Experimental do
Porto (TEP) dirigida ainda pelo António Pedro.
Conheci duas Glicínias. A
Quartim e a Maia. Ambas licenciadas em Biologia. Colega de uma e professor de outra.
15 março 2022
A pintura de Graça Lagrifa...
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14 março 2022
Setubalense - 1974 - Junho
13 março 2022
Pensa nisto...
12 março 2022
11 março 2022
Faz hoje oito dias...
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10 março 2022
07 março 2022
São quadras, meu bem... são quadras!...
06 março 2022
A Torre de Vigia...
05 março 2022
A pintura de Graça Lagrifa...
Foi Graça Lagrifa quem escreveu: