...Hoje, dia
26 de Outubro
no "Jornal i"
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Recortei dois excertos da coluna
"Rédea solta"
a que o jornalista
Eduardo Oliveira e Silva
batizou com o título
"E de repente tudo muda"
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1. Estamos na fase “soft troika”, em nome do
equilíbrio das contas, com recurso a cortes e cativações.
António Costa é assim.
De um dia para o outro, vira o bico ao prego, ao ponto de nos fazer crer que
faz o que sempre disse.
Há outro caso recentíssimo. Trata-se da súbita evolução do projeto das ligações de Portugal e Espanha à Europa para o fornecimento de gás natural e eletricidade resultante de energias renováveis.
Num passe de mágica, fala-se também em transportar, pelo equipamento de gás, hidrogénio verde (seja lá o que isso for), o que credenciados especialistas asseguram ser muito difícil de fazer dada a porosidade da tubagem. A questão é, portanto, altamente complexa, sendo verdade que havia um acordo desde 2014 que envolvia os países ibéricos, a França e a Europa que estava parado. Possivelmente, nunca iria para a frente por bloqueio de Macron em defesa da sua energia nuclear.
Mas o facto é que, de repente, António Costa mudou tudo e parece ter aceitado uma solução revolucionária que além de favorecer a Espanha, de satisfazer a França, pode prejudicar as potencialidades portuguesas, uma vez que no projeto deixa de se mencionar a interconexão para a eletricidade pelos Pirenéus que nos permitiria exportar energia oriunda de fontes renováveis. Perante um projeto tão estratégico, o primeiro-ministro nem se deu ao trabalho de acertar posições com o PSD, ao contrário do que fez na procura de uma solução para o aeroporto de Lisboa. Logo que o acordo foi firmado, na quinta-feira, a máquina de propaganda governamental cilindrou os média com a solução milagre. Até que, sábado, Paulo Rangel pôs os pés à parede e exigiu esclarecimentos.
Vem aí, portanto, um folhetim político do tipo “jamais” que nos vai custar muitos novos estudos, vastos bitaites políticos e uma espécie de versão subterrânea da obra de Santa Engrácia.
Há outro caso recentíssimo. Trata-se da súbita evolução do projeto das ligações de Portugal e Espanha à Europa para o fornecimento de gás natural e eletricidade resultante de energias renováveis.
Num passe de mágica, fala-se também em transportar, pelo equipamento de gás, hidrogénio verde (seja lá o que isso for), o que credenciados especialistas asseguram ser muito difícil de fazer dada a porosidade da tubagem. A questão é, portanto, altamente complexa, sendo verdade que havia um acordo desde 2014 que envolvia os países ibéricos, a França e a Europa que estava parado. Possivelmente, nunca iria para a frente por bloqueio de Macron em defesa da sua energia nuclear.
Mas o facto é que, de repente, António Costa mudou tudo e parece ter aceitado uma solução revolucionária que além de favorecer a Espanha, de satisfazer a França, pode prejudicar as potencialidades portuguesas, uma vez que no projeto deixa de se mencionar a interconexão para a eletricidade pelos Pirenéus que nos permitiria exportar energia oriunda de fontes renováveis. Perante um projeto tão estratégico, o primeiro-ministro nem se deu ao trabalho de acertar posições com o PSD, ao contrário do que fez na procura de uma solução para o aeroporto de Lisboa. Logo que o acordo foi firmado, na quinta-feira, a máquina de propaganda governamental cilindrou os média com a solução milagre. Até que, sábado, Paulo Rangel pôs os pés à parede e exigiu esclarecimentos.
Vem aí, portanto, um folhetim político do tipo “jamais” que nos vai custar muitos novos estudos, vastos bitaites políticos e uma espécie de versão subterrânea da obra de Santa Engrácia.
Não há paciência! Não há ciência! Não há método! Não há estratégia nacional concertada!
E, possivelmente, também não há dinheiro para nada daquilo!
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7. Na China, o congresso do partido comunista entronizou Xi Jinping.
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7. Na China, o congresso do partido comunista entronizou Xi Jinping.
Já não é o presidente, mas o monarca do Império do Meio.
O momento alto foi a evacuação escoltada e vigorosa do ex-Presidente Hu Jintao, que estava sentado ao lado de Xi.
Nenhum dos congressistas piou, enquanto Xi assistiu impassível a uma humilhação provavelmente preparada para servir de exemplo.
Por cá, também ninguém piou. Nem os partidos da esquerda marxista, nem no vasto grupo de quadros e políticos que a China por cá agenciou.
O silêncio é ouro.
E o respeitinho é muito bonito.
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in. "Opiniões"
no "Jornal i"
em 26.10.2022
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