...Costa!...
andas mesmo pelas ruas da Amargura!!...
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Na página "Rédea solta",
da autoria do jornalista
Eduardo Oliveira e Silva
e com o título
"A incompetência leva ao abismo"
fomos dar com um "naco de prosa" que te cai em cima com toda a razão...
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Eduardo Oliveira e Silva
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2. No capítulo da Habitação, a semana passada foi gloriosamente catastrófica. Nem vale a pena perder tempo a analisar os planos que o governo pôs à discussão pública. Tudo aquilo é confusão, burocracia e sobretudo propaganda demagógica. Um Estado que tem 152 empresas públicas, que não consegue decidir a localização de um aeroporto internacional, pretende agora gerir a habitação, violando até o direito de propriedade, quando não consegue sequer saber quantas casas tem, nem mantê-las em condições. Num país onde não se acede sem marcação a uma repartição de finanças, querem fazer-nos crer que o Estado vai tratar do problema. As patranhas vieram da boca do primeiro-ministro, criatura que extinguiu a EPUL, a única entidade que construía para a classe média em Lisboa.
Na capital, como no Porto, só há habitação para dois tipos de pessoas: os ricos e os pobres. Os outros vão para uma periferia normalmente feia e sem transportes dignos.
Em sete anos, Costa não fez nada e nos quatro que falta nada vai fazer, a não ser proclamações impraticáveis. Produziu teoria, promessas, planos que não deram em nada.
Agora ataca as casas de cada um, através de uma ministra incipiente que tutela o IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana), o qual devia ser o eixo da política de habitação. Mas não.
É antes um contributo para o caos.
Tem administradores provisórios há 15 anos. Está praticamente inoperacional e sem dinheiro para as coisas mais singelas.
O IHRU recebeu até competências de fiscalização do arrendamento privado. Está incumbido de intervir nas situações irregulares de que tenha conhecimento, devendo participar ilegalidades à PGR e a mais umas quantas instâncias, como câmaras e serviços de saúde. Toda essa articulação tem, porém, de ser feita no respeito das regras de proteção de dados. Cabe-lhe propor arquivamentos em casos concretos. Tudo isto inclui designadamente Lisboa. Portanto, competia-lhe a fiscalização da Mouraria, onde ocorreu um drama há dias. E assim teria sido se houvesse a necessária dotação de recursos humanos, que não existem. Pudera! O IRHU não tem sequer meios para gerir todo o seu parque de 15 mil habitações, o que dá, sensivelmente, duas mil por funcionário/fiscal. Notável!
Em contrapartida, há paletes de gente (uma centena) recém-contratada para tratar do PRR.
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in. "Jornal i"
21 de Fevereiro de 2023
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