na sua coluna no Público, de ontem.
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Há dois ou três anos, Miguel Esteves Cardoso teria sido confrontado na Internet, com uma palavra que, na altura, ele achou um tanto “esquisita”…
MEC vem dizer-nos agora que essa palavra – “Mamihlapinatapa” – descreve o olhar de duas pessoas que têm um desejo comum, mas nem uma nem outra quer fazer o primeiro gesto. Ambos querem que seja o outro a tomar a iniciativa. Nesta atrapalhação, de quem quer o mesmo, mas não quer ser o primeiro a fazer por isso, esse olhar é ao mesmo tempo desejoso, cobarde, convidativo, cúmplice, prometedor, frustrado e melancólico.
Podem querer enrolar-se. Ou começar a comer. Ou despedir-se. Sinalizam que, caso o outro faça o primeiro gesto, reagirão da maneira que ele quer. Infelizmente, os desejos são idênticos. Ambos querem enrolar-se ou almoçar ou ir-se embora. Ambos querem começar imediatamente. Mas, infelizmente, ambos se recusam a fazer o que o outro quer - ser o primeiro.
Quem não se lembra de coisas boas que não aconteceram por mútua timidez…
E de todas as que aconteceram, quando o mamihlapinatapai foi só o aperitivo. Apetitoso só por si…
E de todas as que aconteceram, quando o mamihlapinatapai foi só o aperitivo. Apetitoso só por si…
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