Num artigo intitulado "Os problemas políticos por detrás de uma reunião não-tão-secreta", Münchau dedica alguns parágrafos do texto a Portugal, afirmando que "José Sócrates, o primeiro-ministro, escolheu adiar o pedido de ajuda até ao último minuto. O seu anúncio, na semana passada, foi um momento de tragicomédia nesta crise".
O primeiro-ministro falou ao País na passada terça-feira, quando terminaram as negociações com a 'troika' internacional, tendo, no entanto, revelado muito pouco sobre as medidas efectivas que constavam no memorando de entendimento."
Com o País à beira da extinção financeira ele [Sócrates] afirmou na televisão nacional que conseguira um melhor acordo do que os que foram feitos com a Irlanda e a Grécia. E ainda acrescentou que o acordo não causaria grande sofrimento", relata Münchau.
"Quando os detalhes foram revelados, uns dias depois, pudemos ver que nada disto era verdade", escreve o editor da publicação britânica."Não se pode gerir uma união monetária com as vontades de José Sócrates ou com ministros das Finanças que espalham rumores sobre uma possível ruptura", diz ainda Münchau, remetendo para o tema quente da agenda de sexta-feira passada: a reunião dos ministros das Finanças da zona euro onde, alegadamente, se teria discutido a saída da Grécia da união monetária."O problema é que a União Europeia é politicamente incapaz de lidar com uma crise que se tornou contagiosa e que tem potencial para criar elevados danos colaterais", argumenta o autor.No mesmo artigo, o responsável do FT sublinha ainda a quantidade de informação contraditória que surgiu na passada sexta-feira, desde os rumores de que a Grécia poderia abandonar a zona euro, à reunião "não-tão-secreta" dos ministro das Finanças da região.
"Eles [os líderes da UE] nem conseguem organizar uma reunião privada. Como podem, então resolver uma crise de dívida?", questiona."As elites políticas europeias têm medo de dizer a verdade que os economistas históricos sabem desde sempre: a de que uma união monetária sem uma união politica é simplesmente inviável.
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