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29 maio 2011

Onde pára a"Referência"?!...

Para tristeza de todos nós, o "Público" continua em queda livre no que respeita a ser um "jornal de referência"...


José Queirós

O Provedor do leitor, José Queirós, dedica hoje a sua "página dos Domingos", aos lamentos que muitos leitores fizeram chegar até ele, sobre uma notícia sem escrúpulos que um jornalista da casa escreveu esta semana... sobre Catroga.
Sob o título " Quando a notícia desautoriza o título", a que acrescentou, como destacado, "O caso da "empresa ligada a Catroga" como exemplo de atropelo à isenção jornalística", diz José Queirós, no início do seu texto:
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"Na passada quarta-feira foi publicada neste jornal uma notícia exclusiva, intitulada, a toda a largura de uma página, "Ministério do Ambiente enviou à PGR denúncia contra empresa ligada a Catroga".
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O interesse público do que nela é relatado não suscita dúvidas...

(...) No entanto, a publicação desta notícia suscitou críticas - que considero inteiramente justificadas - de vários leitores. Em causa está sobretudo o título escolhido, que envolve directamente o ex-ministro do PSD Eduardo Catroga no que o antetítulo define como um caso de "suspeitas de subfacturação". E o problema agrava-se com o título da chamada de capa ("Queixa contra empresa de Catroga na PGR"), que só pode ser considerado enganador e abusivo face ao que se relata na notícia.
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Uma denúncia anónima, apontando ilegalidades à gestão da empresa Sisav, detentora de uma licença para a exploração de um centro de tratamento de resíduos perigosos
A Sisav tinha nessa altura dois accionistas principais: o grupo Egeo, em posição maioritária, e a empresa Sapec, presidida por Eduardo Catroga (que nunca integrou a administração da Sisav). Documentos internos consultados pelo PÚBLICO dão notícia de um conflito entre as duas partes, em Outubro passado, com a Sapec a acusar a Egeo das irregularidades agora denunciadas e a exigir uma auditoria às contas. O conflito terá sido resolvido com a recente venda da participação accionista da Sapec à Egeo, um acordo que terá incluído a não realização da auditoria. A presidir à administração da Sisav está, desde Dezembro, Júlio Castro Caldas (outro ex-ministro, mas do PS), que nega as acusações de subfacturação

(...) Mas os mesmos factos não autorizam de modo algum os títulos escolhidos, que não podem deixar de ser lidos como envolvendo Catroga (e só ele, no plano individual) nas suspeitas sobre actos ilegais que ele próprio, afinal, terá condenado.
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" Por isso, explica o jornalista em causa, "pareceu-me justificado, admito que mal, o destaque dado ao nome" do ex-ministro, "porque se trata de um gestor que, enquanto político, tem agora altas responsabilidades no futuro dos portugueses ".
E o Provedor do Leitor do Público continua:
É com isto que não posso estar de acordo. O que estaria sempre errado face aos elementos de informação disponíveis - destacar o nome de Catroga como alvo de uma denúncia de práticas que ele próprio terá criticado - torna-se francamente inaceitável
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Este é um caso em que títulos desajustados, que muitos leitores terão motivo para considerar tendenciosos, mancham uma notícia e põem em causa a reputação de independência e isenção de um jornal.
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Agora também eu poderia fazer aqui uma pergunta que eu acho pertinente.
Por que razão os "artigos de fundo" e os "editoriais" deixaram de ser assinados pelo seu autor, após a saída de José Manuel Fernandes?!... Medo de assumir? Falta de responsabilidade?! Ou outra qualquer razão que me passa ao lado?!...

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