Pensava que jamais
assistiria a uma cena que foi das que mais marcou a minha juventude e me
emocionou até às lágrimas. No momento em que comecei a ver o filme, o personagem
interpretado pelo Frank Sinatra, um soldado americano, morria nos braços de um
companheiro (interpretado por Montgomery Clift). E, logo a seguir, este último,
já no entrar da noite, de lágrimas nos olhos, iniciou o celebérrimo “Toque de
Silêncio” com um trompete que parecia chorar também...No vasto quartel, de
espaços exteriores desertos, a câmara do realizador focava lenta e
repetidamente, os companheiros de “Sinatra” que acabava de morrer, dando-nos em
certa altura um plano intenso de um sargento duro do exército dos EEUU
interpretado por Burt Lencaster.
Aquela cena em que o toque do clarim aparece tão vivo e tão cheio de pungência fazendo-se ouvir no espaço deserto de uma noite dramática passada num quartel manteve-se “viva” mais de cinquenta anos... O mesmo arrepio que me paralisou no Casino da Figueira da Foz, quando em 1949 ouvi aquele solo de Clarim...voltou a apertar-me o coração cinquenta anos passados...
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