de António Gedeão!...
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António Gedeão
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Suspensão coloidal
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Penso no ser poeta, e andar disperso
na voz de quem a não tem;
no pouco que há de mim em cada versa
no muito que há de tudo e de ninguém.
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Anda o cego a tocar La Violetera,
e eu a vê-lo, e a cegar;
e a pobre da mulher esfregando e pondo a cera,
e eu a vê-la, e a esfregar.
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Que riso perto, que aflição distante,
que ínfima débil, breve coisa nada,
iça, ao fundo, esta draga carburante,
rasga, revolve e asfalta a subterrânea estrada?
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Postulados e leis e lemas e teoremas,
tudo o que afirma e jura e diz que sim,
teorias, doutrinas e sistemas,
tudo se escapa ao autor dos meus poemas.
A ele, e a mim.
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in. "Máquina de fogo"
1961
e eu a vê-lo, e a cegar;
e a pobre da mulher esfregando e pondo a cera,
e eu a vê-la, e a esfregar.
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Que riso perto, que aflição distante,
que ínfima débil, breve coisa nada,
iça, ao fundo, esta draga carburante,
rasga, revolve e asfalta a subterrânea estrada?
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Postulados e leis e lemas e teoremas,
tudo o que afirma e jura e diz que sim,
teorias, doutrinas e sistemas,
tudo se escapa ao autor dos meus poemas.
A ele, e a mim.
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in. "Máquina de fogo"
1961
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