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17 novembro 2019

Merece ser destacado...

… no Diário de
Vasco Pulido Valente
no "Público" de hoje, 
16 Novembro 2019.
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Vasco Pulido Valente
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No dia 10 de Novembro, VPV escreveu no seu Diário:
"Eu, Luís Montenegro, católico, português, resolvi dedicar os próximos 12 anos da minha vida a salvar a Pátria e prometo, pela alma da minha mãezinha, ganhar as próximas eleições, o governo de Portugal, as eleições seguintes, mais quatro anos de governo, o restabelecimento do monopólio da pimenta, a tomada de Ormuz, a descoberta da relatividade, e a minha entrada triunfal na lista de Forbes como a maior fortuna do mundo.
Graças a Deus pelo PSD."
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No dia 13 de Novembro, VPV escreveu no seu Diário:
"O senhor primeiro-ministro decidiu por sua alta recreação que não haveria "chumbos" até ao 9ºano de escolaridade. A isto se chama, no idioma "eduquês", evitar a "retenção". Não me pronuncio sobre o assunto, quanto mais não seja porque neste ponto já errei várias vezes e não há certezas absolutas. Noto apenas que os argumentos que valem para o 9ºano também valem para o 12º, a licenciatura, o mestrado e o doutoramento. Mas António Costa também remeteu Rui Rio para a bibliografia. Parece que o Conselho de Ministros, como José Sócrates, foi a Paris estudar sociologia da educação. E quer transformar a Assembleia num seminário. Vão ser admiráveis as discussões parlamentares sobre os princípios teóricos da "progressão" e da "retenção". Tenho pena de não assistir e mais pena ainda de não participar. Ia ser muito divertido."
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No dia 14 de Novembro, VPV escreveu no seu Diário:
"A ortodoxia política pegou com pinças no episódio da mãe que abandonou o filho num ecoponto. Nos dias que vão correndo, toda a gente sabe que este género de histórias só são aproveitadas pelo Correio da Manhã e pela televisão de cabo. E que as pessoas sérias não gostam de "explorações mediáticas".
Mas, no meio do barulho, lembrei-me d'Os Miseráveis e de como esse panfleto foi politicamente importante para o movimento republicano françês. E de como depois foi copiado em abundância por Eugène Sue (Les Mystères de Paris), por Ponson du Terrail (Les Drames de Paris) e até pelo nosso Camilo (Os Mistérios de Lisboa). Para bem ou para mal, o género ficou: a burguesia gostava de saber o que se passava neste escuro mundo que existia ao lado dela. E ainda hoje o fenómeno se replica com o jornalismo popular. A direita percebeu isto e a esquerda não."

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