... a falar com acerto!... Gostei desta.
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No sua coluna "Opinião", no "Público" de hoje, domingo, podemos ler mais uma "trancada" que dá em alguns "fazedores de opinião", impantes e convencidos, que por aí andam à solta a largar dislates.
Vasco Pulido Valente
Isabel Jonet
Na Quadratura do Círculo, António Costa, António Lobo Xavier
e Pacheco Pereira, sob a moderação muda de um funcionário da SIC, resolveram
discutir algumas declarações da dra. Isabel Jonet e o “Banco Alimentar”.
Pacheco Pereira, como sempre, serviu a peça do PS. Lobo
Xavier tentou endireitar as coisas, com pouca convicção e quase sem informação.
E António Costa deu, deliciado, uma no cravo e outra na ferradura. Claro que o
nó do problema foi a diferença entre caridade e Estado Social.
Pacheco Pereira, por indignação ou ressentimento, voltou aos
seus tempos de esquerdista, lá veio com a velha conversa de que na essência a
caridade humilhava quem a recebia; e que o Estado, prestando um serviço, se
limitava a responder a um direito legal do cidadão.
Ao que parece, Isabel Jonet, tinha cometido o imperdoável
pecado capital de dizer numa entrevista que preferia a caridade ao Estado social
e, sobre isto, já de si claramente subversivo e provocatório, de invocar
S.Paulo. Se as luminárias da Quadratura, por uma questão de curiosidade, se
houvessem dado ao excessivo trabalho de ir ao site do Banco Alimentar, descobririam
logo que ele não aspira a ser senão “uma resposta necessária mas provisória” a
uma situação desesperada, porque o Estado deve garantir a qualquer pessoa “um nível
de vida suficiente que lhe assegure e à sua família, a saúde e o bem-estar ,
principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à Assistência
médica” e ainda a toda a variedade de contribuições que se tornem necessárias. E,
para que não restem dúvidas, o Banco Alimentar rejeita a “caridade
condescendente” e define o seu trabalho como uma “opção de cidadania”, que, em última
análise, se destina a contribuir para o advento de mais “justiça” social.
Isabel Jonet
Quanto à dra. Isabel Jonet, que o anticlericalismo indígena
escolheu para bode expiatório da sua impotência, é uma mulher estimável que, de
repente, se viu metida no meio de um jornalismo espertalhão. Não sendo nem
moralista, nem teóloga, nem política, falava com a maior inocência sobre si e o
seu papel no Banco Alimentar, não lhe ocorrendo que se podia meter num sarilho
ou suscitar uma polémica a cada palavra atravessou este pequeno tumulto com
dignidade e boa fé. E suspeito que ganhou apoios para o Banco Alimentar. A
Quadratura do Círculo irritou muito boa gente, Confesso que me irritou a mim e
que decidi logo ajudar com regularidade essa extraordinária empresa.
Mais do que isso, estou contente com a decisão. Primeiro,
porque eles merecem. Segundo, porque Isabel Jonet mostrou que era uma senhora
normal, honesta e franca – exactamente o contrário dos políticos que lhe ladram
aos pés.
1 comentário:
Boa.
Obrigada pela publicação.
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