Corre na net um breve apontamento, redigido pelo jornalista do Diário de Notícias, Ferreira Fernandes, sobre a morte trágica de uma jovem ocorrida há três meses.
Vamos dar-lhe um minuto de atenção.
E honrar a sua memória...
Josefa, a abnegada bombeira
"Josefa,
21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de
supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não
cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos.
Afinal, uma jovem daquelas que frequentamos nas revistas de consultório,
arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores
impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser
mesmo importante, é mandatária de juventude.
Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um
curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas."
Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem (10 de Agosto de 2010), Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos.
Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das "Josefas que são o sal da nossa terra?"
Por FERREIRA FERNANDES, Diário de Notícias
NB - Os senhores jornalistas andam quase sempre distraídos...a falarem dos políticos ou dos "astros" a bola...
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