Tinha uma figura bonita, um ar respeitável e um porte aristocrático... Tenho dele a ideia de um homem afável e simpático, incapaz de "beliscar", fosse quem fosse, no seu contacto profissional ou social. Tinha uma figura que não se esquece...
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O Dr. Pedro Geraldes Cardoso foi um médico respeitado, em Castelo Branco, nas décadas de 30 e 40 do século passado. Foi também o Director do jornal “Beira Baixa” que era impresso na rua dos Ferreiros, no rés do chão do edifício onde funcionava a sede do Sport Benfica e Castelo Branco, fazendo esquina com a rua das Constituintes, hoje de novo rua dos Peleteiros. Era ali que, na véspera da saída daquele Semanário, eu com os meus cinco ou seis anos por vezes me entretinha, sentadinho no degrau da porta, a ver como os tipógrafos eram exímios e rápidos a manusear os caracteres de chumbo usados nas matrizes. Se bem me lembro, ali ao lado, funcionava ainda a Livraria Portela Feijão que anos mais tarde abriu nos “Cafés”, como era conhecida a baixa da cidade, mesmo ao lado da entrada do Hotel Lusitânia.
Na tipografia do Senhor Feijão, o ambiente era um bocado “escuro”… as paredes, os batas dos tipógrafos, as mãos e as caras deles estavam sempre sujas daquela tinta preta e horrorosa que espalhavam na imensa máquina impressora que fazia um barulho tremendo quando funcionava e deitava cá para fora as folhas que, depois de dobradas, os assinantes liam com muito interesse. Que teriam feito daquela máquina enorme onde era impressa a Beira Baixa? Hoje ficaria bem num qualquer museu…quem sabe? no mesmo local onde sempre esteve...
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O Dr. Pedro Geraldes Cardoso foi um médico respeitado, em Castelo Branco, nas décadas de 30 e 40 do século passado. Foi também o Director do jornal “Beira Baixa” que era impresso na rua dos Ferreiros, no rés do chão do edifício onde funcionava a sede do Sport Benfica e Castelo Branco, fazendo esquina com a rua das Constituintes, hoje de novo rua dos Peleteiros. Era ali que, na véspera da saída daquele Semanário, eu com os meus cinco ou seis anos por vezes me entretinha, sentadinho no degrau da porta, a ver como os tipógrafos eram exímios e rápidos a manusear os caracteres de chumbo usados nas matrizes. Se bem me lembro, ali ao lado, funcionava ainda a Livraria Portela Feijão que anos mais tarde abriu nos “Cafés”, como era conhecida a baixa da cidade, mesmo ao lado da entrada do Hotel Lusitânia.
Na tipografia do Senhor Feijão, o ambiente era um bocado “escuro”… as paredes, os batas dos tipógrafos, as mãos e as caras deles estavam sempre sujas daquela tinta preta e horrorosa que espalhavam na imensa máquina impressora que fazia um barulho tremendo quando funcionava e deitava cá para fora as folhas que, depois de dobradas, os assinantes liam com muito interesse. Que teriam feito daquela máquina enorme onde era impressa a Beira Baixa? Hoje ficaria bem num qualquer museu…quem sabe? no mesmo local onde sempre esteve...
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Não foi apenas ali, à porta da antiga Livraria Portela Feijão, que me habituei a ver e a respeitar o Dr. Pedro Geraldes Cardoso. Uns anos mais tarde, quando nos “intervalos” dos estudos já no Liceu da Avenida, permanecíamos na esplanada do café Arcádia, nas tardes das quintas-feiras, sempre à mesma hora, víamos passar a figura elegante do “velho” clínico, mesmo ali à nossa frente, rumo às instalações da Câmara Municipal, onde entrava através de uma porta lateral que abre agora para a Avenida 1º de Maio… Não havia então nenhuma Avenida aberta naquele local…
Era ali que o Dr. Pedro Geraldes Cardoso recebia, profissionalmente, as raparigas que integravam o prostíbulo que se situava no bairro medieval do Castelo. E quando digo “profissionalmente” refiro-me, como é evidente, à profissão dele… Não à das raparigas com quem ele se encontrava naquela sala, um dia em cada semana, às quintas-feiras, a partir das três da tarde. Sozinhas, ou às duas de cada vez, elas iam passando pela zona dos Cafés, ali à nossa frente, numa “passagem de modelos” sem espalhafatos, sem darem muito nas vistas… a caminho do encontro semanal com o Dr. Pedro Cardoso que as aguardava e tratava com a simpatia que lhe era peculiar…
Constava que, nesses dias, a casa onde viviam… era muito mais frequentada!
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O Dr. Pedro Geraldes Cardoso tinha dois filhos, o Pedro Manuel, nascido em Março de 1924 e o Vasco Miguel, em Abril de 1926. Lembro-me vagamente do mais velho porque já tinha feito o Liceu quando eu entrei em 1945. Do Vasco Miguel tenho uma ideia mais consistente pois acabava de fazer o 7ºAno, na altura em que eu prestava provas de admissão ao liceu, tendo continuado a vê-lo depois, já em Lisboa ou, uma ou outra vez, num regresso esporádico à nossa cidade.,
Não foi apenas ali, à porta da antiga Livraria Portela Feijão, que me habituei a ver e a respeitar o Dr. Pedro Geraldes Cardoso. Uns anos mais tarde, quando nos “intervalos” dos estudos já no Liceu da Avenida, permanecíamos na esplanada do café Arcádia, nas tardes das quintas-feiras, sempre à mesma hora, víamos passar a figura elegante do “velho” clínico, mesmo ali à nossa frente, rumo às instalações da Câmara Municipal, onde entrava através de uma porta lateral que abre agora para a Avenida 1º de Maio… Não havia então nenhuma Avenida aberta naquele local…
Era ali que o Dr. Pedro Geraldes Cardoso recebia, profissionalmente, as raparigas que integravam o prostíbulo que se situava no bairro medieval do Castelo. E quando digo “profissionalmente” refiro-me, como é evidente, à profissão dele… Não à das raparigas com quem ele se encontrava naquela sala, um dia em cada semana, às quintas-feiras, a partir das três da tarde. Sozinhas, ou às duas de cada vez, elas iam passando pela zona dos Cafés, ali à nossa frente, numa “passagem de modelos” sem espalhafatos, sem darem muito nas vistas… a caminho do encontro semanal com o Dr. Pedro Cardoso que as aguardava e tratava com a simpatia que lhe era peculiar…
Constava que, nesses dias, a casa onde viviam… era muito mais frequentada!
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O Dr. Pedro Geraldes Cardoso tinha dois filhos, o Pedro Manuel, nascido em Março de 1924 e o Vasco Miguel, em Abril de 1926. Lembro-me vagamente do mais velho porque já tinha feito o Liceu quando eu entrei em 1945. Do Vasco Miguel tenho uma ideia mais consistente pois acabava de fazer o 7ºAno, na altura em que eu prestava provas de admissão ao liceu, tendo continuado a vê-lo depois, já em Lisboa ou, uma ou outra vez, num regresso esporádico à nossa cidade.,
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Os únicos dados físicos que tenho dizem respeito ao filho mais novo que, segundo creio foi, naqueles tempos, um “adepto” do hipismo que praticava, através da Mocidade Portuguesa, no quartel do Regimento de Cavalaria 8. No Livro de Curso do seu 7ºAno, o Adelino Robalo Cordeiro caricaturou-o em cima de uma “alimária”… de madeira! É uma caricatura soberba que mostra bem o valor do seu autor. É a reprodução exacta do rosto do Vasco Geraldes Cardoso.
Os únicos dados físicos que tenho dizem respeito ao filho mais novo que, segundo creio foi, naqueles tempos, um “adepto” do hipismo que praticava, através da Mocidade Portuguesa, no quartel do Regimento de Cavalaria 8. No Livro de Curso do seu 7ºAno, o Adelino Robalo Cordeiro caricaturou-o em cima de uma “alimária”… de madeira! É uma caricatura soberba que mostra bem o valor do seu autor. É a reprodução exacta do rosto do Vasco Geraldes Cardoso.
Vasco Geraldes Cardoso
visto por Adelino Robalo Cordeiro
.O Baile de Gala dos Finalistas desse ano de 1944/45 também teve uma “fotografia para a posteridade”. Muitas caras conhecidas aqui se encontram...
Os finalistas do Liceu, em 1944/45
O Vasco Miguel é o segundo na fila de trás.
Na foto anterior é o 5º a contar da esquerda
Todo este apontamento surgiu por ter visto o anúncio de uma missa de sétimo dia que os jornais publicaram há uns dias em nome de uma senhora “Geraldes Cardoso”. Tratava-se na verdade da D.Maria Eugénia Taveira Cid que era casada, desde Agosto 1953, com o filho mais velho daquele ilustre médico de Castelo Branco, o Dr. Pedro Manuel Geraldes Cardoso.
2 comentários:
Gostava de lhe enviar algumas fotografias da juventude do Dr. Pedro Geraldes Cardoso (anos de 1910-17), mas não sei como fazè-lo. Se estiver interessado contacte-me para o meu e-mail madalenapb@gmail.com.
Fico-lhe grata por me dar a conhecer o rapaz das fotografias...
Gostei muito de ler estas palavras do meu antepassado Geraldes Cardoso. Correspondem exactamente ao que a minha avó e meu pai me contavam dele. Foi o Dr. Pedro que salvou o meu pai do Tufao de Castelo Branco. Os seus filhos, Pedro Manuel e Vasco Miguel eram primos direitos da minha Avó Maria Margarida de Campos Geraldes Cardoso.
Cumprimentos,
Margarida Vaz de Azevedo
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