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"No último debate parlamentar discutiu-se a ridícula paternidade dum diploma e pintou-se a realidade com a demagogia doutros números, os dos êxitos estatísticos: mais alunos no sistema, mais sucesso escolar, mais oportunidades novas para todos. O entusiasmo esganiçado do primeiro-ministro recordou-me a alegoria de Churchill sobre o êxito: não é mais que ir de fracasso em fracasso, mantendo intacto o entusiasmo. O país não melhora chamando profissional a um ensino de papel e lápis, sem oficinas nem laboratórios, diminuindo exigências ao nível da fraude, diplomando o analfabetismo. Um país que diz aos seus adultos que chegou a altura de ter "a escolaridade obrigatória sem frequentar a escola", aos seus jovens que podem nem sequer lá pôr os pés que não reprovam por isso e que organiza cursos de formação de jogadores de futebol com garantia de equivalência a diplomas escolares, deve pensar seriamente em reabrir a Universidade Independente. Os governantes futuros precisam dela."
Santana Castiho
hoje, no "Público"
24.12.2007
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