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no dia 17 de Março, (há 7 meses...)
no “Jornal i”
com um texto de
Vitor Raínho:
no dia 17 de Março, (há 7 meses...)
no “Jornal i”
com um texto de
Vitor Raínho:
.
Quando ontem estávamos a almoçar num dos últimos restaurantes abertos aqui na zona do Beato, Lisboa, um cliente começou a exaltar-se porque queria almoçar junto a outros amigos, apesar das restrições impostas, que obrigavam o espaço a ter menos de um terço de clientes. Como o homem mostrava sinais de ter bebido uns aperitivos antes de ali chegar, foi difícil convencê-lo a aceitar as novas regras. Foi apenas um sinal do que ai vem. As pessoas estão a perder a paciência e o juízo e não se adivinha nada de bom.
Mas o que podemos esperar de um país que tem um Presidente da República que foge para casa mal sopra uma brisa de uma potencial infeção de Covid-19? E o que dizer da figura mais querida do país, nas palavras do Presidente, que só diz disparates atrás de disparates na televisão para milhares de espectadores? Cristina Ferreira, de seu nome, fala de coisas sérias com uma leviandade assustadora. Nas televisões vemos também ilustres causídicos, em causa própria, a elogiarem o canal para onde trabalham com uma ligeireza consentânea com o dinheiro que ganham.
.
Falando de coisas sérias, o país vai levar muito tempo a recompor-se do período que vamos viver. Muita coisa vai mudar, a nossa vida vai alterar-se radicalmente e ninguém sabe como iremos sair deste período. As falências serão mais do que muitas, boa parte da população irá ficar no desemprego. Ou a União Europeia adopta uma política concertada ou teremos graves conflitos sociais daqui a quatro meses, altura em que se prevê que o coronavírus esteja controlado. Além das questões económicas, haverá sérias transformações sociais, pois, como tudo indica, o estado de emergência será declarado e as pessoas serão obrigadas a conviver 24 horas atrás de 24 horas na mesma casa. A maioria da população nunca passou por uma guerra e irá enfrentar um desafio assustador. O melhor é mesmo não perder a cabeça e tentar arranjar escapes para esta tragédia. Nada como aprender a viver uma nova experiência.
.
in. "Público"
17.03.2020
Vitor Raínho
.Quando ontem estávamos a almoçar num dos últimos restaurantes abertos aqui na zona do Beato, Lisboa, um cliente começou a exaltar-se porque queria almoçar junto a outros amigos, apesar das restrições impostas, que obrigavam o espaço a ter menos de um terço de clientes. Como o homem mostrava sinais de ter bebido uns aperitivos antes de ali chegar, foi difícil convencê-lo a aceitar as novas regras. Foi apenas um sinal do que ai vem. As pessoas estão a perder a paciência e o juízo e não se adivinha nada de bom.
Mas o que podemos esperar de um país que tem um Presidente da República que foge para casa mal sopra uma brisa de uma potencial infeção de Covid-19? E o que dizer da figura mais querida do país, nas palavras do Presidente, que só diz disparates atrás de disparates na televisão para milhares de espectadores? Cristina Ferreira, de seu nome, fala de coisas sérias com uma leviandade assustadora. Nas televisões vemos também ilustres causídicos, em causa própria, a elogiarem o canal para onde trabalham com uma ligeireza consentânea com o dinheiro que ganham.
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Falando de coisas sérias, o país vai levar muito tempo a recompor-se do período que vamos viver. Muita coisa vai mudar, a nossa vida vai alterar-se radicalmente e ninguém sabe como iremos sair deste período. As falências serão mais do que muitas, boa parte da população irá ficar no desemprego. Ou a União Europeia adopta uma política concertada ou teremos graves conflitos sociais daqui a quatro meses, altura em que se prevê que o coronavírus esteja controlado. Além das questões económicas, haverá sérias transformações sociais, pois, como tudo indica, o estado de emergência será declarado e as pessoas serão obrigadas a conviver 24 horas atrás de 24 horas na mesma casa. A maioria da população nunca passou por uma guerra e irá enfrentar um desafio assustador. O melhor é mesmo não perder a cabeça e tentar arranjar escapes para esta tragédia. Nada como aprender a viver uma nova experiência.
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in. "Público"
17.03.2020
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NB - Só não acertou "na altura em que se prevê que o coronavírus esteja controlado"...
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