do jornal Reconquista,
num artigo denominado:
"Banqueiros e devedores"
da autoria de Agostinho Dias.
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Agostinho Dias
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Toda a gente está indignada com João Berardo, não só por não pagar à Caixa Geral de Depósitos o que lhe deve, mas também por se rir de todos os portugueses, qual chico esperto, que não assume as suas responsabilidades. Afinal a atitude dele é a mesma de tantos outros que vivem à grande e não pagam o que devem à banca. Foram os portugueses que tiveram de pagar por eles quase 20 mil milhões de euros para vários bancos não declararem falência.
Há uma coisa que disse Berardo e na qual lhe dou a razão: foram os gestores dos bancos que lhe deram o dinheiro; “as pessoas que dirigem essas instituições não sabem o que fazem”. Ele não fez um assalto armado foram aqueles que ganhavam milhares para gerir bem o banco que lhe ofereceram o dinheiro que levantou. “Tão ladrão é o que vai à vinha (banco) como o que está ao portão (banqueiro). Estes banqueiros que penhoraram a casa aos que falharam no pagamento das prestações, que exijam garantias aos pequenos que pediram empréstimos, mas que aos grandes davam dinheiro sem exigir garantias, nem penhores. Desses antigos banqueiros só vejo um preso e não é por causa da sua gerência bancária. Estão a viver à grande, com chorudas pensões e reformas, a rir-se dos portugueses tal como João Berardo. O mesmo acontece com muitos dos grandes devedores à banca que andam fugidos à justiça, mas a viver à grande, com contas nos paraísos fiscais.
Para endireitar a banca mais uma vez os pequenos foram chamados a pagar comissões, despesas, ou encargos para usarem o seu dinheiro depositado nos bancos que estão cada vez mais longe dos clientes em todo o sentido. Todos os portugueses foram chamados a contribuir com os seus impostos para recuperar o estrago deixado por banqueiros e devedores à banca.
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in "Reconquista"
23.05.2019
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