...mas é ele que hoje nos vai presentear com um "daqueles" poemas de que a maioria dos seus admiradores apenas ouviu falar... Houve "dificuldade" na escolha e as Glosas que aqui deixo são do "mais suave" que encontrei no livro citado em baixo.
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Manuel Maria Barbosa du Bocage
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Glosas
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São uns cornos mui bem feitos
Uns cornos mui delicados
São cornos, que torneados
Se podem trazer aos peitos.
Cornos que sobem direitos,
Pela sua varonia,
E sem mais cronologia
Tem gravados na armadura
Os timbres da fidalguia,
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Venha cá, sô Boticário,
Você sabe em que se mete,
De tão rafado cadete
Sendo terceiro, está vário?
Advirta que é necessário
Reportar acções insanas:
Estude em fazer tisanas,
Algum purgante ligeiro,
Mas não seja alcoviteiro
Muito menos de sacanas.
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P'ra que viva a cozinheira,
Que tão boas papas fez!
Confesso por esta vez
Que bem me sabe e me cheira:
O Papa em sua cadeira
Vestido de estola e capa
Não faz coisa tão guapa:
A cozinheira faz mais;
O Papa faz Cardeais,
a cozinheira faz papas.
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in. "Bocage
Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas."
Marujo Editora
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