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04 novembro 2013

O Universo sou eu...

... um poema a que Pedro Homem de Melo
deu o título de "Amostra sem valor".
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António Gedeão
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Amostra sem valor
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Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível;
com ele se entretém
e se julga intangível .
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Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o mundo é maior do que o bairro onde habito.
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para o infinito.
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Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no e, contudo,
nesta insignificância gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
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António Gedeão
In. “Máquina de Fogo
1961

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