Beatriz
Quintella pôs palhaços a divertir crianças hospitalizadas.
Em
2002, criou a Operação Nariz Vermelho – PNV – que conta com 22
doutores-palhaços que visitam 13 hospitais.
Hoje,
dois meses depois da sua morte, é inaugurado o Jardim da Bia, no Hospital Dona
Estefânia, em Lisboa.
Uma
homenagem à “Dr.ª da Graça: meio médica, meio palhaça”.
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Beatriz Quintella
a Dr.ª da Graça
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(…) Quando
a Operação Nariz Vermelho contava ainda só com três doutores-palhaços e ia
formando outros três, Bia disse ao “Público”:
“Fazemos
parte da equipa de cura da criança. Para além do médico, do psicólogo ou do
enfermeiro, a presença do palhaço é essencial.” E acrescentou:”Os hospitais são
lugares que provocam muito medo às crianças. Medo da dor, da doença, das
máquinas, medo de não ter futuro. Além disso, as pessoas que contactam com as
crianças, como enfermeiros e médicos, também têm medo. Medo de não ter tempo,
medo de não serem perfeitos.”
Estávamos
em 2003 e já nessa altura a formação artística em artes preformativas e a longa
experiência de voluntariado, enquanto Dr.ª da Graça, permitiam-lhe concluir que
“o palhaço não tem medo do erro, é vulnerável e imperfeito nos gestos e nos
pensamentos”.
Cecília
Galvão, então psicóloga do Hospital Dona Estefânia, lembrava que "a primeira
forma de comunicação humana é o sorriso”.
Com
experiência de contacto diário com crianças em internamento, sabia não ser nada
fácil fazer sorrir ou rir uma criança nestas condições”. E dizia:”Os palhaços
da ONV sabem meter-se com estes meninos e meninas sem que eles se sintam
ameaçados.”
A
artista inspirou-se no projecto do palhaço norte-americano Michael Ctistensen
para criar a operação Nariz Vermelho. E é dele a resposta que passou a dar
sempre que lhe diziam:”Lugar de palhaço não é no hospital.” Era esta:”Lugar de
criança também não.”
A
algazarra que Beatriz Quintella levava para as enfermarias pediátricas vai
continuar. Assim ficou escrito pela ONV depois de a “Dr.ª da Graça, meio médica
meio palhaça” ter morrido: “O seu amor pelas criança hospitalizada viverá
sempre enquanto existirem doutores-palhaços no hospital. Da mesma forma que o
seu coração ficará sempre nos nossos, porque estaremos para sempre ligados pela
ternura do seu nariz.” Vermelho.
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Cfr. Rita
Pimenta
In.”Público”
02 Nov 2013
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Beatriz Quintella morreu de cancro, há dois meses.
E é muito bonita a ideia que esteve na origem da homenagem que hoje lhe fazem...
1 comentário:
Por ter feito rir crianças doentes, está, com certeza, " à direita do PAI".
E está EM PAZ.
OMMatos
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