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06 janeiro 2012

As actas da Câmara Municipal...

Sessão de 04 de Agosto de 1959
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…realizou-se a reunião ordinária semanal, sob a presidência do Excelentíssimo Senhor Manuel Filipe Pereira da Silva Magalhães Mexia, estando presentes os vereadores Doutor Joaquim Arco, Senhores Doutor José Caldeira Areias e Engenheiro António Barroso.
Não compareceram os vereadores Senhores Afonso Henriques Rocha, Joaquim Rodrigues Simões e Engenheiro agrónomo Raul Veríssimo de Mira cujas faltas foram julgadas justificadas
Assistiu à reunião o Chefe da Secretaria (José Aníbal da Silva Freitas)


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Foi deliberado conceder as seguintes licenças graciosas:
Alínea a) a Doutor José Paulino Pereira, médico municipal do partido da sede do concelho – trinta dias.
Alínea b) a Jorge Martins Rico, terceiro oficial da Secretaria – trinta dias.
Alínea c) a Ermelinda da Assunção Martins, escriturária de segunda classe do quadro privativo da Secretaria – vinte e oito dias.
Alínea d) a Álvaro Baptista Guerreiro, apontador de obras, dos Serviços de Viação e Obras e escrivão de Execuções Fiscais Administrativas – trinta dias.
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Edificação de uma Fonte Luminosa Comemorativa do Primeiro Centenário da elevação de Setúbal à categoria de Cidade.
O Senhor Presidente chamou a atenção da Câmara Municipal para o artigo subordinado ao título “A prenda de cidade no seu primeiro centenário” publicada no jornal “O Setubalense”, de um do corrente, salientando o significado transcendente do alvitre tão feliz e em tão boa hora lançado, cujos objectivos é de salientar que sejam profundamente compreendidos e sentidos por toda a população da cidade, do concelho do distrito por todos aqueles que, do mais humilde e pobre ao mais rico e de maior posição social, se encontram de qualquer modo ligados à região e à vida setubalense.
A ideia da edificação de um monumento – continuou – que ficasse a perpetuar na cabeça do Distrito a unidade e as características regionais e testemunhasse em pedra e bronze o Centenário da elevação de Setúbal a cidade é por demais tentadora e aliciante e não poderia deixar de marcar desde a primeira hora todo o carinho e devoção da edilidade, imediatamente interessada. Simplesmente, ao entusiasmo da situação sentimental, houve que sobrepor o frio critério do administrador prudente, a braços com as necessidades imperiosas que, não revestindo muito embora, tão elevado conteúdo e sentido espiritual, são todavia da mais urgente realização, reclamando e absorvendo imperiosamente todas as disponibilidades de gestão imediata.
A braços com uma situação financeira verdadeiramente angustiosa, teve a miragem sedutora do monumento, de ser sacrificada implacavelmente e desafiou apenas o saudosismo do desejo impraticável corporizado numa maqueta de gesso.
Mas a sugestão tão feliz e tão nobremente lançada pelo “Setubalense”, fazendo eco da ideia de um louvável anónimo, veio dar forças e alento à esperança desiludida e animar o Município a acalentar de novo o projecto abandonado. Oxalá que a população e as forças representativas do Concelho e da região acolham com entusiasmo e simpatia a ideia agitada e se disponham a nela colaborar por forma a que, com o patrocínio e comparticipação das entidades oficiais, se possa dar realidade ao sonho já posto de parte.
Tomando o uso da palavra, o Vereador Senhor Doutor Areias, congratulou-se com a atitude assumida pelo jornal “O Setubalense”, formulando os mais prementes votos para que ele constitua o início de um movimento geral de solidariedade e entusiasmo que possa dar corpo e pôr de pé o ambicionado monumento. Pôs contudo o problema dos aspectos artísticos do projecto, manifestando desejo de que, na ordem estética, o monumento, no caso de algum dia se tornar realidade, venha a ser dotado de um conjunto escultórico que corresponda ao sentimento artístico do povo da região.
O Senhor Presidente, esclarecendo, disse que o problema é melindroso envolvendo críticas de escola e concepções escultóricas e correntes estéticas, crítica que não se afigura conveniente mas é da responsabilidade da Câmara.
Desejar-se ia fazer obra duradoura e que significasse às gerações vindouras o sentido marítimo e piscatório de origem e desenvolvimento do burgo e das características da região setubalense. É sabido que as concepções estéticas são sempre objecto de maior ou menor discussão por parte dos contemporâneos. Haveria, pois, de confiar no talento e sentido estético do artista autor do projecto que, como escultor, logrou já a alta consideração de um “Gran Prix” na recente Exposição Internacional de Bruxelas.
O Vereador Senhor Doutor Arco manifestou ir a sua inteira concordância ao ponto de vista expresso pelo Senhor Presidente. Sugere que se dignifique desde já o inteiro aplauso da Câmara à ideia agitada pelo “Setubalense” e se anime tão esforçado e dedicado órgão da nossa imprensa regional a prosseguir sem desfalecimento numa nobre campanha de promoção e conseguir um movimento de adesão de todos os sectores da população e actividades do distrito à construção do monumento. A edificação deste, caso se consigam os indispensáveis meios materiais seria precedida de uma visita ao atelier, de toda a Vereação, acompanhada das comissões municipais e das entidades setubalenses com reconhecida autoridade em matéria artística, para se ajuizar devidamente sobre os aspectos estéticos da obra, antes da deliberação definitiva sobre o assunto.
Estas propostas foram aprovadas por unanimidade.

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