Um artigo de Camilo Lourenço
Hoje, 19 09 2011 - 11:00
Jornal de Negócios, on line - 11h 00m
"Como é que esconde um buraco de 1113 milhões de euros durante três anos? Com cumplicidades." Alberto João Jardim
João Jardim pode dizer o que quiser para minimizar a sua inqualificável gestão. A única coisa que consegue é mostrar ao país que é um mentiroso compulsivo, a quem todos os Governos da República (à esquerda e à direita) deram cobertura. Uns (PSD e CDS) por cumplicidades partidárias e/ou governativas. Outros (PS e sucessivos presidentes da República) por medo.É altura de acabar com a reverência da República para com Jardim. É por isso que não chega dizer, como Passos Coelho, que os madeirenses devem tirar do episódio as devidas conclusões. Os eleitores não são justiceiros: se assim fosse, políticos condenados por corrupção não seriam reeleitos (as autarquias estão cheias deles).
O que deve, então, ser feito?
1 - Pedir ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público que investiguem o caso. Mas como a investigação deve dar em nada (a sanção é uma multa de 25 mil euros…) o Governo tem de preparar-se para ir mais longe. Daí o ponto 2…
2 - Criminalizar este tipo de comportamento, aplicando penas de cadeia a quem prevaricar (autores e cúmplices). Mas penas dissuasoras: nada menos que 10 anos de prisão. Efectiva.
3 - Suspender a autonomia financeira das Regiões (e autarquias com o mesmo comportamento) durante o tempo que durar o programa assinado com a Troika. A suspensão da autonomia é ilegal? Muda-se a lei. O país, que se anda a matar para recuperar a credibilidade (este episódio deu cabo da pouca credibilidade ganha nas últimas semanas…), é mais importante do que uma simples Região.
Vamos ver se o "sr. Silva" e Passos Coelho estão à altura.
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