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15 outubro 2007

Quem morava em Castelo Branco...

Quem morava em Castelo Branco, nos anos 40/50

No Largo da Sé não existiam apenas Serviços e Repartições Públicas.
Algumas figuras bem conhecidas em Castelo Branco também ali residiam ou trabalhavam .


No nº 8 – 1º andar, viveram durante muito tempo os professores José e João de Sena Esteves (os célebres "Mano Zé” e “Mano João” que foram ambos meus professores) antes de construírem a sua vivenda na rua Conselheiro Albuquerque.

No nº 9 – r/c, tinha a sua Papelaria e Livraria, o Sr. Carvalho (o Carvalhinho da Soalheira, um homem relativamente baixo que também alugava as "instalações sonoras" quando havia festas no Parque e por quantas aldeias houvesse nos arredores, em dias de festa…)
Este homem, muito activo, costumava dar assistência técnica sonora a uma "barraca de feira", nas Festas do Parque. Nessa barraca, as "Meninas da Assistência", costumavam sortear, através de uma tombola, vários lotes de panelas de alumínio, de vários tamanhos e encaixadas umas nas outras, que as donas de casa adoravam levar para casa, por tuta e meia... num sorteio feito a partir de uma roda de bicicleta que rodava até parar, num fundo onde estavam desenhados todos os números vendidos...

Eram também as "Meninas da Assistência", escolhidas entre as melhores Famílias de Castelo Branco, que vendiam por todo o Parque as rifas numeradas que cortavam de um livrinho que lhes era fornecido antes da cada sorteio. Depois, e antes de andar à roda, o Carvalhinho pegava no microfone e chamava-as para prestarem contas sobre as rifas vendidas e, só então, se fazia rodar a tombola... Sempre com a presença próxima da autoridade nomeada pelo Governo Civil.

Uma noite, o Parque quase vinha abaixo!!
O Carvalhinho, de microfone na mão, cheio de autoridade e segurança, anunciou, alto e bom som":
"Pedimos à Meninas Paneleiras que podem dirigir-se à barraca, para prestarem contas, porque se aproxima o momento de andar à roda para a Série nº19 do sorteio do trem que está em jogo!"
Ningém queria acreditar no acabava de ouvir... nem o Carvalhinho que, impávido e sereno, nem deu pela enormidade que acabava de proferir!

Quase em frente à papelaria do Carvalhinho, no próprio edifício do BNU, vivia no 2ºandar, o Sr. Silva Pereira que era então a primeira figura daquela Instituição Bancária.

Em frente, o edifício do BNU e, à direita, a loja do Carvalhinho

De todos os filhos do Gerente do BNU, o mais velho deixou um nome memorável como o maior jogador de Voleibol que passou pelas escolas de Castelo Branco. Chamava-se Valeriano da Silva Pereira e tornou imbatível a equipa de Volei do Instituto de Santo António enquanto foi aluno na nossa cidade. Já faleceu há uns anos.

A Equipa de Cadetes do Instituto de Santo António

Em 1º plano: sr.Russinho, Martinho Candeias, Venâncio Leão, Valeriano e Raposo e em 2º plano: Rolão Preto, Rolo, Barreto(?), Alberto Morão e Professor dirigente

No r/c e no 1ºandar deste edifício, onde moraram os Silva Pereira, situavam-se as instalações do Banco Nacional Ultramarino.

No Largo da Sé, nº11 - 1ºandar, funcionava a Secretaria dos CTT (onde o meu Pai trabalhou uma vida inteira…)

O Largo da Sé na década de 40

No rés-do-chão deste mesmo edifício, com entrada pelo nº15 situava-se a Repartição dos Correios aberta ao público, um espaço acanhado mas, provavelmente, suficiente para o movimento que então existia naquela casa… salvo nos momentos da “Última Hora” onde íamos a correr para comprar o selo de uma carta que tinha de seguir para o seu destino, momentos antes de um “estafeta” levar, à pressa, essa correspondência… à Estação da CP.

No outro lado do Largo, quase encostado à , no Edifício onde actualmente está situado o Conservatório, funcionava o Tribunal de Castelo Branco, no 1ºandar. No rés-do-chão do mesmo edifício, com entrada lateral, mostrava-se a Conservadora do Registo Civil com as figuras “memoráveis” do Sr. Penha, já por essa altura muito surdo, e o “pupilo” Mário Neves da Silva, o “Marinho” nome por que era conhecido por ser um rapaz muito baixinho,

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