Esta noite iniciei a leitura do Jeffrey Archer “Quem conta
um conto...” que comprei em Castelo Branco. É uma colectânea de
contos...a primeira que é publicada pela Europa América, muito embora o autor
afirme que se trata já do quarto livro de contos que ele publica.
Fiquei
incomodamente impressionado com o primeiro conto que Archer escolheu para
iniciar esta colectânea. Chama-se “Fala a Morte” e o que mais me incomodou foi
a sensação nítida de que alguém, há muito pouco tempo, me tinha referido o teor
do mesmo conto.
"Um mercador de Bagdade enviou o seu criado ao mercado comprar provisões. Passado algum tempo, o criado voltou, pálido e a tremer, e disse:
--Meu
amo, quando eu estava no mercado, no meio da multidão, houve uma mulher que me
empurrou e, quando me virei, vi que quem me empurrou foi a Morte. Ela olhou
para mim e fez um gesto de ameaça. Por favor, empreste-me o seu cavalo para eu
poder fugir da cidade e evitar o meu destino. Irei para Samarra e, ali, a Morte
não me encontrará.
O
mercador emprestou-lhe o cavalo, e o criado montou-o, cravou-lhe as esporas e
afastou-se à maior velocidade que o cavalo conseguia galopar.
Pouco
depois, o mercador foi até ao mercado e, quando viu a Morte no meio da
multidão, dirigiu-se a ela e perguntou:
--Por
que é que fizeste um gesto de ameaça ao meu criado quando o viste esta manhã?
--Não
foi um gesto da ameaça – respondeu ela --, foi simplesmente de surpresa. Fiquei
espantada de o ver em Bagdade, pois tenho um encontro com ele esta noite em
Samarra."
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