João Miguel Tavares…
que ele publicou hoje,
no Público.
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João Miguel Tavares
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Nós já sabemos que o Bloco era esquerda caviar, mas nunca antes tínhamos apanhado um bloquista com tanto caviar na boca.
O caso Robles teria sido relevante e criticável quer ele fosse vereador do PS, do PSD, ou do CDS. Sendo vereador do Bloco de Esquerda, e conhecendo todos nós a sua posição pública e a do seu partido acerca da terrível "especulação imobiliária", aquilo que Robles fez é, pura e simplesmente, um desastre político e uma absoluta hipocrisia.
Vamos por partes. Primeiro, o desastre político. Classificar o negócio de Ricardo Robles como politicamente desastroso não depende sequer da sua cor partidária, nem do seu discurso sobre os maus-tratos sofridos pelos pobres moradores dos bairros históricos, que estão a ser empurrados para fora dos centros das cidades devido à pressão horrível do turismo.
A questão política é outra, e transversal a qualquer detentor de um cargo semelhante ao seu: deve o vereador de uma câmara municipal envolver-se, durante o seu mandato, em negócios imobiliários que envolvam aquisição de imóveis a entidades públicas, e a aprovação de obras de beneficiação por parte da mesma câmara onde desempenha um alto cargo executivo? A minha resposta é óbvia: não, não deve.
Robles só é vereador do Bloco desde 2017, mas já em 2013 era líder da bancada do partido na Assembleia Municipal de Lisboa. Ou seja, tinha as mãos na massa…
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NB - É só um excerto… mas todo o artigo é interessante e diz muita coisa sobre os "puros" bloquistas. A Catarina até deve dar saltos!... Cá esperaremos para ver que cargo irá ocupar "esta grada figura" nas próximas "mexidas do Bloco"… com vista à distribuição de cargos pelos seus "delfins"...
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