Livro de reclamações.
Sergio Azevedo
escreveu um artigo do qual destaco
este pequeno excerto
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Sérgio Azevedo
Deputado
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Aqueles que achavam que era Salgado o único "Dono Disto Tudo"
têm todos os dias a possibilidade de constatar que, afinal,
pulula por aí um conjunto alargado de canalhas.
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(...) O desplante e a ignomínia tomaram conta disto. Aqueles que achavam que era Salgado o único “Dono Disto Tudo” têm todos os dias a possibilidade de constatar que, afinal, pulula por aí um conjunto alargado de canalhas que não só procuram ocupar esse lugar como insistem em gozar com o pagode. Gente que se acha. Gente para quem a pátria é o dinheiro e que se aproveita do seu status para alimentar relações de poder que a colocam acima das obrigações de qualquer cidadão honrado.
António Domingues protagoniza este estado de coisas. Não é possível esperar nada de bom de um tipo que, ao convite para dirigir o banco público, para servir o país num momento difícil de viragem, apenas o aceite com a condição de ganhar mais de 400 mil euros por ano, acrescidos de uma remuneração variável que pode atingir os 50% da sua remuneração anual. Um salário que pode superar os 600 mil euros anuais. Sabemos que a situação da Caixa não é a melhor, mas num ano em que o banco público apresentou resultados negativos perto dos 190 milhões de euros, reduziu quase 50 balcões e libertou mais de 500 funcionários, admite-se que o governo promova uma administração com este tipo de remunerações? Não se admite.
Pior, admite-se que haja a suspeição da existência de um acordo (que ainda não foi categoricamente desmentido por ninguém) para que os administradores da Caixa estivessem dispensados de apresentar as suas declarações de rendimentos? Também não se admite.
Longe vão os tempos de Domingues como fervoroso militante do MRPP. Um Domingues de cabelo comprido e barras de ferro escondidas nas meias. Hoje, dizem, é um homem sem ideologia. Nada que uma gravata Hermès, um fato Canali e alguns milhões no bolso não tratem de resolver. Aliás, não deixa de ser curioso o percurso de alguns filhos do MRPP. Desde a Caixa ao Goldman Sachs, há todo um longo percurso de indivíduos a registar.
Mas então e o governo, onde fica no meio desta trapalhada toda? Onde se coloca este governo patriótico e de esquerda apoiado nas suas decisões por comunistas amigos do povo e bloquistas combatentes das injustiças? Em lado nenhum. Lava as mãos como se não fosse sua a responsabilidade de pôr um ponto final nesta situação.
(...)
Cfr. jornal i
21.Nov.2016
António Domingues protagoniza este estado de coisas. Não é possível esperar nada de bom de um tipo que, ao convite para dirigir o banco público, para servir o país num momento difícil de viragem, apenas o aceite com a condição de ganhar mais de 400 mil euros por ano, acrescidos de uma remuneração variável que pode atingir os 50% da sua remuneração anual. Um salário que pode superar os 600 mil euros anuais. Sabemos que a situação da Caixa não é a melhor, mas num ano em que o banco público apresentou resultados negativos perto dos 190 milhões de euros, reduziu quase 50 balcões e libertou mais de 500 funcionários, admite-se que o governo promova uma administração com este tipo de remunerações? Não se admite.
Pior, admite-se que haja a suspeição da existência de um acordo (que ainda não foi categoricamente desmentido por ninguém) para que os administradores da Caixa estivessem dispensados de apresentar as suas declarações de rendimentos? Também não se admite.
Longe vão os tempos de Domingues como fervoroso militante do MRPP. Um Domingues de cabelo comprido e barras de ferro escondidas nas meias. Hoje, dizem, é um homem sem ideologia. Nada que uma gravata Hermès, um fato Canali e alguns milhões no bolso não tratem de resolver. Aliás, não deixa de ser curioso o percurso de alguns filhos do MRPP. Desde a Caixa ao Goldman Sachs, há todo um longo percurso de indivíduos a registar.
Mas então e o governo, onde fica no meio desta trapalhada toda? Onde se coloca este governo patriótico e de esquerda apoiado nas suas decisões por comunistas amigos do povo e bloquistas combatentes das injustiças? Em lado nenhum. Lava as mãos como se não fosse sua a responsabilidade de pôr um ponto final nesta situação.
(...)
Cfr. jornal i
21.Nov.2016
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