na sua coluna de Opinião,
no Público de ontem, 12 de Fevereiro.
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a pobreza da Pátria não os deixaria fazer muito mal, nem muito bem.
De qualquer maneira, a aventura de Costa e dos seus sócios serviu para revelar uma verdade básica: a III República deixou de ter partidos. Tem uns bandos que andam à procura de um emprego ou de popularidade; e tem um museu de Arte Antiga que se chama Partido Comunista Português. As diferenças não passam do seguinte: a esquerda quer aliviar os pobres, por meio de um aumento ridículo do respectivo rendimento; a direita quer tirar aos pobres meia dúzia de tostões mais, para “consolidar as finanças” e contentar os ricos. Infelizmente, nem à esquerda, nem à direita se vêem os meios das políticas que prometeram. E, pior do que isso, Portugal por um lado e a “Europa” por outro não permitem que elas sejam levadas muito a sério ou muito longe. Em substância, sobra odium theologicum, que esse, pelo menos, não falta.
O PS vive hoje na incompreensível ilusão de que é, ou se prepara para ser, um partido radical. O PSD, segundo Passos Coelho, é um partido social-democrata, apenas desviado provisoriamente do seu caminho pela maldade do mundo. Suponhamos que existia um método qualquer, com certeza esotérico, para separar estas magníficas visões da humanidade, a oposição entre elas não justificava com certeza as questiúnculas com que a televisão e a imprensa nos moem o juízo. E a prova está em que acabou por ser preciso arranjar umas tantas querelas dúbias como a TAP ou a eutanásia, para tapar os buracos que a política começava a abrir. Se o PS e o PSD alternassem pacificamente no poder, a pobreza da Pátria não os deixaria fazer muito mal, nem muito bem. E o PCP que lá se divertisse com as suas Câmaras do Alentejo e os seus sindicatos, na paz que se deve à velhice.
O PS vive hoje na incompreensível ilusão de que é, ou se prepara para ser, um partido radical. O PSD, segundo Passos Coelho, é um partido social-democrata, apenas desviado provisoriamente do seu caminho pela maldade do mundo. Suponhamos que existia um método qualquer, com certeza esotérico, para separar estas magníficas visões da humanidade, a oposição entre elas não justificava com certeza as questiúnculas com que a televisão e a imprensa nos moem o juízo. E a prova está em que acabou por ser preciso arranjar umas tantas querelas dúbias como a TAP ou a eutanásia, para tapar os buracos que a política começava a abrir. Se o PS e o PSD alternassem pacificamente no poder, a pobreza da Pátria não os deixaria fazer muito mal, nem muito bem. E o PCP que lá se divertisse com as suas Câmaras do Alentejo e os seus sindicatos, na paz que se deve à velhice.
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