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12 janeiro 2015

Citado no Editorial do Público...

...de ontem, Domingo, dia 11 de Janeiro, fui "encontrar" 
um conhecido de há alguns anos que tem por costume
apresentar as suas "reclamações" em "Cartas à Directora".
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Em dado momento, podemos ler naquele artigo de fundo:
"Pergunta um leitor, numa carta que hoje publicamos, se não podemos ser "um pouco Samira" em lugar de sermos apenas "todos Charlie". Podemos e devemos. Samira Seleh Al-Niaimi, advogada em Mossul e defensora dos direitos humanos, foi torturada e executada no norte do Iraque pelos esbirros do autodenominado "Estado Islâmico".

E foi assim que dei comigo a ler, de novo, uma carta de Carlos J. F. Sampaio à Directora do Público
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O autor deste artigo que transcrevo das "Cartas à Directora" no "Público, é um regular colaborador nesta coluna do jornal que leio quase sempre com muito agrado
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"Desculpem-me por destoar, mas já me está a custar ver tantos "Somos todos Charlie". Não porque de forma alguma tolere ou relativize a importância da barbárie de Paris. Simplesmente porque morreram 12 pessoas, enquanto o mesmo mal mata dezenas ou centenas por dia no Médio Oriente, quase sem reacção da opinião pública.
Faz-me lembrar o ébola. Enquanto morriam, e continuam a morrer, apenas em África, não é notícia. Um ou dois casos próximos e não se fala de outra coisa. Há menos de um mês, quem quisesse podia ler que 150 mulheres foram executadas em Fallujah, apenas por se recusarem a casar com combatentes de Estado Islâmico. É só estar atento e procurar. São centenas de corpos encontrados em valas comuns "de vez em quando", muitas vezes; são milhares de mortos acumulados e, para quem não reage muito a estatísticas, um nome e um rosto: Samira Saleh Al-Nuaimi. Advogada em Mossul, defensora dos direitos humanos e em especial das mulheres. Foi presa em Setembro e condenada por apostasia, apenas por ter tido a coragem de continuar a agir na defesa dos seus princípios, que também são os da humanidade.
Após ter sido torturada durante cinco dias, foi executada publicamente. É apenas uma. Mas pouca gente ou ninguém "também é Samira".
Samira em árabe significa "boa companhia", mas um nome, no fundo, pouco vale."
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Carlos J. F. Sampaio
Esposende

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