N a t á l i a C o r r e i a
.
Natália Correia
Auto-retrato
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio de um corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
.
Natália Correia
in. Poesia completa
Publicações D.Quixote
1999
Sem comentários:
Enviar um comentário