O crítico que fundou a secção portuguesa da
Associação Internacional de Críticos de Arte nos anos 60.
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Rui Mário Gonçalves
Rui Mário Gonçalves morreu ontem, aos 79 anos, em Lisboa, vítima de um ataque cardíaco. Era crítico e professor de História da Arte.
Nascido em Penafiel, em 1934, interessou-se desde cedo pela arte, apesar de ter começado por estudar Ciências Físico-Químicas na Universidade de Lisboa.
Conheci-o nessa altura (1954) como frequentador assíduo que era da AEFCL.
No início dos anos 60, foi para Paris como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1967, iniciou a sua carreira como professor no curso de formação artística na Sociedade Nacional de Belas-Artes e ensinou ainda nos anos 70 nas escolas de teatro e de cinema do Conservatório Nacional de Lisboa. Era professor catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no Departamento de Literaturas Românicas, onde entrou em 1974.
Ainda na Faculdade de Ciências, em 1958, enquanto dirigente associativo organizou a exposição "Primeira Rectrospectiva da Pintura Não-Figurativa Portuguesa, uma mostra "fundamental no momento em que foi feita, porque afirma a abstracção numa altura em ela ainda não está instalada no tecido critico português", conta Delfim Sardo, curador e crítico de arte. Além disso, acrescenta, foi importante na abertura ideológica da esquerda, tipicamente ligada à pintura figurativa do neo-realismo, à abstracção.
A importância do trabalho de Rui Mário Gonçalves está na capacidade que ele e a sua geração – José-Augusto França, Fernando de Azevedo, Pedro Vieira de Almeida - tiveram de autonomizar a crítica de arte, segundo Luísa Soares de Oliveira, crítica de arte do PÚBLICO. “Dessa geração foi o que se manteve mais interessado na arte contemporânea e activo até hoje.
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Mais uma "falha" na geração de 50, da AEFCL.
Que descanse em Paz.
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