Rinaldo no jardim encantado de Armida
Giovanni Battista Tiepolo
1867 – 1947
Giovanni Battista Tiepolo
1867 – 1947
Rinaldo no jardim encantado de Armida
A tela de Tiepolo em que representa a Visita dos Reis Magos do Oriente tornou-se uma cena de teatro, esplêndida de cores e de formas, rica de pormenores bizarros e exóticos. Precisamente nestes anos, os mesmos em que decorava a residência de Vurzburgo com frescos imensos, Tiepolo atingia o ponto mais alto da sua força criadora.
O quadro que se representa pertence a este período Vurzburgo, anterior portanto a 1751-1753 e é inspirado no canto XVI da Jerusalém Libertada, de Tasso. A maga Armida tem Rinaldo prisioneiro com as suas artes, no seu magnífico jardim:
“Tem diante do peito um véu diviso
e dá o solto cabelo ao vento estivo;
de mimo chora, e no inflamado viso
se via o licor belo ser mais activo
Qual n’água o sol lhe cintilava o riso
na húmida vista, trémulo e lascivo.
Sobre ele pende; e ele no grémio brando
punha a cabeça, cara a cara estando…
e os famélicos olhares avidamente
nela alimentando se fundem e dissipam.
Inclina-se e os doces beijos sem descanso
ora liba dos olhos, ora dos lábios suga,
e então ele suspirar se sente
tão fundamente que dir-se-ia:"A alma foge
e em si mesma perpassa peregrina."
Escondidos, dois guerreiros seguem os actos de amor.
Do lado do amante (estranho arnez) brilhante e nítido
um cristal pendia.
E entre as mãos lho suspende
aos mistérios do Amor ministro eleito.
Ela com olhos ridentes, e ele acesos
olham em vários objectos um só objecto:
ela no vidro para si faz espelho, e ele
nos olhos serenos dela. Jerusalem Libertada/Canto XVI (17-27)
um cristal pendia.
E entre as mãos lho suspende
aos mistérios do Amor ministro eleito.
Ela com olhos ridentes, e ele acesos
olham em vários objectos um só objecto:
ela no vidro para si faz espelho, e ele
nos olhos serenos dela. Jerusalem Libertada/Canto XVI (17-27)
Cfr.Hermann Bauer
In. “Grandes Museus do Mundo”
Ed.Verbo – Setembro/1973
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