Foguete de lágrimas
.
Poesia é carne e é flores
é suor cristalizado,
trepidação de motores
num céu diurno e estrelado
É canção de altifalante
no largo da feira-franca.
perfume de saia branca,
copo de vinho estuante
É toda a força contida
e evidente sem disfarce,
o salto que há-de formar-se
da pantera adormecida.
É corpo e é coisa mental,
nebulosa primitiva,
espasmo de matéria viva,
ressonância universal.
É cozimento de olhares,
de sons, de cheiros, sabores,
onde corre em capilares,
sangue de todas as cores.
No poço da morte impura
goteja a humana agonia.
Da angustiosa aventura
tudo que fica é poesia.
António Gedeão
In “Teatro do Mundo” – 1958
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Poesia é carne e é flores
é suor cristalizado,
trepidação de motores
num céu diurno e estrelado
É canção de altifalante
no largo da feira-franca.
perfume de saia branca,
copo de vinho estuante
É toda a força contida
e evidente sem disfarce,
o salto que há-de formar-se
da pantera adormecida.
É corpo e é coisa mental,
nebulosa primitiva,
espasmo de matéria viva,
ressonância universal.
É cozimento de olhares,
de sons, de cheiros, sabores,
onde corre em capilares,
sangue de todas as cores.
No poço da morte impura
goteja a humana agonia.
Da angustiosa aventura
tudo que fica é poesia.
António Gedeão
In “Teatro do Mundo” – 1958
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