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09 novembro 2022

Hanna Schygulla

No suplemento de um dos jornais desta manhã, e a propósito da recente vinda ao Centro Cultural de Belém, como cantora da actriz alemã Hanna Schygulla, fazia-se uma referência aos papéis desempenhados por esta actriz, nos filmes de Fassbinder.

Nos filmes deste realizador, Hanna Schygulla é, sucessivamente:
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Johanna, em "O Amor é mais frio do que a Morte",
Hanna, em " Warnung vor eine Heiligen Nutte"
Effie, em "Effie Briest".
Maria, em "O casamento de Maria Braun"
Willie Bunterberg, em "Lili Marlene".
Karin Thimn, em "As lágrimas amargas de Petra von Kant".
Susane Gast, em "A terceira geração" e
Eva. em "Berlin Alexanderplatz"

     Deixo este apontamento, como curiosidade, sobre uma mulher que foi uma magnífica interprete cinematográfica e que acabou por dar a volta por cima, ao fim de muitos anos, tornando-se agora uma magnifica cantora... apesar da "erosão" do tempo sobre a pele das suas faces...

Sobre o filme "O casamento de Maria Braun" deixo este breve apontamento:

"Em meio a Segunda Guerra Mundial, Maria (Hanna Schygulla) casa-se com Hermann Braun (Klaus Löwitsch), um soldado alemão. Ele desaparece em combate, mas Maria recusa-se a acreditar na sua morte. Trabalhando num cabaré, ela se envolve com um soldado norte-americano, até que o marido reaparece e o amante é acidentalmente assassinado. Hermann assume a culpa e vai para a cadeia, enquanto Maria vai trabalhar com Karl Oswald (Ivan Desny) e logo se torna uma poderosa mulher de negócios."

Hanna Schygulla
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E sobre o filme "As lágrimas Amargas de Petra Von Kant", deixo este outro apontamento: 

"Petra Von Kant é uma estilista no auge da sua carreira. Arrogante, narcisista, dominadora, Petra Von Kant, a estilista, faz do seu quarto o atelier de trabalho, onde também vive dia e noite a sua assistente, Marlene, que obedientemente cumpre todas as ordens que lhe são dadas, ocupando-se de todas as tarefas da casa e do atelier. Mas Petra Von Kant, a mulher, sofre, de amor, de casamentos falhados, de relações conflituosas, com a sua mãe e filha. A sua amargura, trespassa todas as suas acções e contagia os que a rodeiam, tornando-a numa mulher mal-amada, só.

Um dia, uma amiga que a visita, apresenta-lhe Karin, uma jovem modelo que procura uma carreira de sucesso. Petra Von Kant, impulsiva, solitária, sequiosa de amor, apaixona-se por Karin, de forma descontrolada, passando de dominadora a dominada, humilhando-se para tentar manter uma relação que sabemos à priori ser impossível, destrutiva, estar condenada ao sofrimento. Petra Von Kant perde rapidamente o controlo da situação, enciumada com as relações com outros homens de Karin, irada com a falta de controle sobre a situação, destruindo com a sua possessividade a sua relação com Karin, sufocando-a, atirando-a inadvertidamente para fora de casa. Tudo isto sob o olhar silencioso da escrava Marlene, a sua assistente, que suspeitamos estar loucamente apaixonada por Petra e que esta sucessivamente humilha. Uma história de amor, de masoquismo, de relações claustrofóbicas, de desespero, sempre no feminino. As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, a história de uma mulher que está a aprender a amar."

Hanna Schygulla
(um pouco mais velha...)
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NB:
Este texto foi escrito no dia 
2 de Agosto de 1997.
De todos os filmes mencionados apenas vi "As lágrimas amargas de Petra von Kant..." e " o Casamento de Maria Braun".

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