... pelo poeta
António Lobo Antunes.
António Lobo Antunes
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Esta manhã, lendo o suplemento do Público, saltou-me aos olhos uma frase de um conto do António Lobo Antunes que ele
intitulou "A vida, mais ou menos".
Era uma conversa dele, Lobo Antunes, com a recordação de uma Amiga
querida recentemente falecida, ainda "jovem".
Contava-lhe que, após a sua morte, o Pai lhe tinha mostrado, sem uma palavra, uma dedicatória sua num livro, em que ela lhe dizia que gostava muito dele.
É então que surge essa frase espantosa que define num breve momento a grandeza de um escritor que teima, normalmente, em mostrar-se um enorme cabotino...
"Espantei-me por transgredires uma das nossas regras, que é a de gostar sem nos referirmos a isso, por pudor, por discrição, porque não é preciso."
E termina o conto desta maneira, falando sempre para a Amiga cuja memória recordava:
"Mesmo que não mostre, e faço os possíveis por não mostrar, tenho saudades de te ouvir. Que gaita de coisa ter tantas saudades de te ouvir."
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António Lobo AntunesContava-lhe que, após a sua morte, o Pai lhe tinha mostrado, sem uma palavra, uma dedicatória sua num livro, em que ela lhe dizia que gostava muito dele.
É então que surge essa frase espantosa que define num breve momento a grandeza de um escritor que teima, normalmente, em mostrar-se um enorme cabotino...
"Espantei-me por transgredires uma das nossas regras, que é a de gostar sem nos referirmos a isso, por pudor, por discrição, porque não é preciso."
E termina o conto desta maneira, falando sempre para a Amiga cuja memória recordava:
"Mesmo que não mostre, e faço os possíveis por não mostrar, tenho saudades de te ouvir. Que gaita de coisa ter tantas saudades de te ouvir."
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in. "Público"
Em 9 de Março de 1967
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