José António Saraiva
escreveu há uns dias
no "Público"
António Araújo
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Nas suas crónicas de imprensa, José António Saraiva (J.A.S.) tem revelado uma tendência crescente para o registo demencial em chave dupla patético-pateta. Ao ler o livro que acabou de publicar, conclui-se que é também um empenhado cultor da ignorância profunda, e já sem salvação possível nos anos que lhe restam. Agora, com a "carta" que enviou ao PÚBLICO, verifica-se que propende igualmente para a fraude artística, ainda que com menos sucesso do que os carteirista da Baixa.
Na verdade, só um expediente fraudulento e cartomante permite inventar a espantosa figura do "anonimato público". Segundo J.A.S., a "fonte" em que se baseia para a sua construção de opereta final não é anónima, esclarece ele. "Deu a cara, mas pediu o anonimato público, o que é diferente." Como, senhor arquitecto?! Se alguém se recusa a prestar testemunho público, verificável, como podemos indagar a veracidade do que afirma? Não há anonimato público nem privado. Há anonimato, ponto. A partir do momento em que uma testemunha não quer dizer quem é, ao que vem, o que faz na vida que proximidade tem ou não tem relativamente aos factos sobre os quais se pronuncia, o seu depoimento, do ponto de vista da construção da verdade, é nulo, quase tão nulo e caricato como este livro de J.A.S. Ainda ontem, por exemplo, várias pessoas aqui no Bairro da Graça me garantiram a pés juntos que o senhor arquitecto Saraiva é um idiota chapado e um vulgar aldrabão, mas, como quiseram todas guardar o anonimato público, eu não posso escrever nesta página que o senhor arquitecto Saraiva é um idiota chapado e um vulgar aldrabão -- e, por isso, não escrevo.
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in "Público"
11.09.2020
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NB - Transcrevo apenas os primeiros parágrafos deste artigo de crítica implacável que merece ser lido na íntegra
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