Miguel Torga
escreveu na Arrábida
na Páscoa de 1952.
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Miguel Torga
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Refúgio
Sozinho a ouvir o mar, que não diz nada.
Férias do mundo e de quem lá anda.
Concha de ouriço, mas desabitada,
Aberta no lençol da areia branda.
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Não se lembrem de mim esta semana!
Matem o Cristo, e ele que ressuscite!
Eu, nesta angústia humana ou desumana,
Quero apenas que o sono me visite.
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Miguel Torga
Arrábida,
Páscoa de 1952
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