que se realiza a Sessão Comemorativa do
70º Aniversário do Edifício do
Liceu de Nacional de Setúbal
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Publico hoje um "apontamento" que se resume às minha palavras pronunciadas na Sessão Solene realizada em 30 de Abril de 1999 assinalando o fim das Comemorações do 50º Aniversário do Edifício do Liceu de Setúbal.
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Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação
Excelentíssimo Senhor Governador Civil do Distrito de Setúbal
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Setúbal
Excelência Reverendíssima Senhor Bispo da Diocese de Setúbal
Caros ex-Alunos e ex-Professores deste Liceu
Caros Alunos e Professores deste Liceu
Meus Senhores e Minhas Senhoras
"Que bom é estarmos aqui, como diria S.João Evangelista!..."
Foi com estas palavras que o Reitor Dr.Manuel Gamito iniciou, há cinquenta anos, a sua intervenção nesta mesma sala dirigindo-se a um auditório que, com muita atenção, o escutava.
São para ele as minhas primeiras palavras que bem merece por ter sido o mentor desta obra... por ter sabido congregar em si, a vontade colectiva de uma cidade e de uma região que até ali não tinha sabido, ou não tinha podido levar por diante a realização de uma obra há tanto tempo desejada e necessária.
Foi com estas palavras que o Reitor Dr.Manuel Gamito iniciou, há cinquenta anos, a sua intervenção nesta mesma sala dirigindo-se a um auditório que, com muita atenção, o escutava.
São para ele as minhas primeiras palavras que bem merece por ter sido o mentor desta obra... por ter sabido congregar em si, a vontade colectiva de uma cidade e de uma região que até ali não tinha sabido, ou não tinha podido levar por diante a realização de uma obra há tanto tempo desejada e necessária.
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Relembro em seguida, saudando-os com muita alegria alguns alunos desta Casa que há cinquenta anos aqui estiveram festejando a inauguração do seu novo Liceu... Vejo daqui alguns deles. E quero saudá-los na pessoa do meu querido Amigo Dr.José Martins do Soveral Rodrigues que, melhor que qualquer um, aqui representa a Velha Academia de Setúbal.
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Mas, neste momento, gostaria de fazer referência especial a alguns desses heróis, começando por recordar o aluno que subiu então a este palco para poder receber o Prémio Nacional conferido pelo Ministério da Educação Nacional por ter terminado, no ano lectivo anterior, o Curso Geral do Liceu (6ºAno) com a classificação final de 19 valores! 19 valores à cotação de 1948!!!... O que é obra... Trata-se do António Augusto Macedo que aceitou de bom grado estar aqui presente nesta festa de todos nós.
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Gostaria de ter aqui também o Manuel Francisco Ganhão Palma que recebeu um Prémio idêntico. Consegui descobrir onde vive actualmente mas não sei se lhe foi possível deslocar-se a Setúbal.
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Vejo daqui a Ana Maria Gamito Beija. Tinha apenas três anos quando o Liceu foi inaugurado. E foi a Madrinha do Estandarte novo do Liceu. Conheci-a dez anos depois quando em 1959 a encontrei como aluna... Era a número 2, da turma B, do 3ºano! Uma turma que funcionava na sala 4, ali em baixo, junto do Ginásio mais pequeno que, então, ainda não existia. Era uma daquelas turmas que nunca poderemos esquecer…
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E já que falámos no estandarte de que foi madrinha a Ana Maria, faz muito sentido que recordemos aqui a pessoa que o bordou graciosamente, a srª D. Maria Adelaide de Jesus Fernandes que era, então, a professora de Lavores femininos do Liceu. Graças a Deus ela está aqui presente nesta nossa festa.
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Relembro em seguida, saudando-os com muita alegria alguns alunos desta Casa que há cinquenta anos aqui estiveram festejando a inauguração do seu novo Liceu... Vejo daqui alguns deles. E quero saudá-los na pessoa do meu querido Amigo Dr.José Martins do Soveral Rodrigues que, melhor que qualquer um, aqui representa a Velha Academia de Setúbal.
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Mas, neste momento, gostaria de fazer referência especial a alguns desses heróis, começando por recordar o aluno que subiu então a este palco para poder receber o Prémio Nacional conferido pelo Ministério da Educação Nacional por ter terminado, no ano lectivo anterior, o Curso Geral do Liceu (6ºAno) com a classificação final de 19 valores! 19 valores à cotação de 1948!!!... O que é obra... Trata-se do António Augusto Macedo que aceitou de bom grado estar aqui presente nesta festa de todos nós.
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Gostaria de ter aqui também o Manuel Francisco Ganhão Palma que recebeu um Prémio idêntico. Consegui descobrir onde vive actualmente mas não sei se lhe foi possível deslocar-se a Setúbal.
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Vejo daqui a Ana Maria Gamito Beija. Tinha apenas três anos quando o Liceu foi inaugurado. E foi a Madrinha do Estandarte novo do Liceu. Conheci-a dez anos depois quando em 1959 a encontrei como aluna... Era a número 2, da turma B, do 3ºano! Uma turma que funcionava na sala 4, ali em baixo, junto do Ginásio mais pequeno que, então, ainda não existia. Era uma daquelas turmas que nunca poderemos esquecer…
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E já que falámos no estandarte de que foi madrinha a Ana Maria, faz muito sentido que recordemos aqui a pessoa que o bordou graciosamente, a srª D. Maria Adelaide de Jesus Fernandes que era, então, a professora de Lavores femininos do Liceu. Graças a Deus ela está aqui presente nesta nossa festa.
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E já que falamos no estandarte, ocorre também que façamos daqui algumas perguntas. Onde pára o Estandarte? Quem o tem? Quem fez o favor de o guardar durante todo este tempo?
Seria interessante que ele pudesse ser recuperado e exposto aqui na Escola... quem sabe?... num museu que entretanto pudesse ser aqui inaugurado, ocupando uma sala condigna que albergasse também outras preciosidades que, em vários sectores da Escola, começam a ser conhecidas e cobiçadas por outras instituições... Algumas peças que por aqui existem fariam corar de inveja muitas outras que, com pompa e circunstância, se "pavoneiam" nas estantes do Museu da Ciência em Lisboa...
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Voltemos aos nossos alunos. Continuemos a recordar-nos de alguns daqueles que estiveram neste Salão de Festas há Cinquenta Anos.
Gostaríamos de ter hoje entre nós a Ivone Rouillé, uma excelente aluna do 5ºAno, que recitou a Ode à Primavera, no Serão Académico.
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Teríamos imenso gosto de ver desfilar por este palco as alunas que, sob a orientação da D.Maria Adelaide Rosado Pinto, dançaram uma Valsa de Chopin... A Suzete Rica, a Josefina Gamito, a Ivone Rouillé, a Manuela Monteiro (esta, em especial, gostaríamos de vê-la aqui cheia de alegria e de saúde), a Maria Helena Santos e a Nasciolinda Góis.
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A Madalena Piteira que fez de "D.Maria Pedagogia" no Auto em Verso "Tres im unum", ao lado ali do Dr.Soveral Rodrigues que fazia de Manuel Bonfim... foi outra das então presentes.
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E todos os que interpretaram o Auto da Primavera (um conto ingénuo para almas em flor... como dizia o programa!): a Leonilde Vilar, a Maria Arsénia Damião (Nita Santos como é mais conhecida), o Manuel Eduardo Noronha Gamito e a irmã Maria Josefina, o Cândido Bogarim, de saudosa memória, que foi meu Amigo e Colega nas actividades da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa, nos Idos de Cinquenta..., o Aníbal Pescadinha, o Mário Correia, o António Carqueijeiro e a Maria Amélia Dias.
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Ainda pisaram esta sala no dia do almoço que aqui se realizou, o José António Góis, a Fernanda do Val, a Rita Fuzeta da Ponte, o Nuno Mesquita Pires, o Leonardo Pereira, o Joaquim Carvalho da Silva, o Celestino Moreira e a Antonieta Vilhena, o Manuel José Goes e a Maria Inês Pedrosa, o Sebastião da Gama e tantos outros…
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A respeito das festas que hoje comemoramos devo dizer que fui nomeado, "à má fila", coordenador das comemorações, isto é, fui convidado a dirigir este barco e nomeado antes que tivesse dado o meu consentimento...
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Há uns quatro ou cinco anos atrás, dei por mim enfiado no arquivo do Liceu procurando dados sobre constituição das turmas. E guardei notas e informações sobre o assunto desde 1910. Fotocopiei documentos, folhas de livros de termos e apontei factos que achei curiosos passados em reuniões e registados em actas. Ordenei, abri uns ficheiros e meti tudo no computador.
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De há três anos para cá comecei a dar comigo a "picar o ponto" às 9 horas, na Biblioteca Municipal, ali na Avenida Todi.
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Durante ano e meio, sem interrupção, consultei os jornais daquela época com o fim de coligir elementos referentes ao Liceu... Acabei por ampliar o leque de informações a tudo o que de curioso se relacionasse com a cidade. Desde os Corpos Directivos da Capricho e do Clube Setubalense até "ao preço do carapau pipi, em 1943..."
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E fui coligindo... e fui apontando... e fui gravando na memória! Na minha e na do computador...
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Desde sempre fui uma pessoa que gostei mais de ouvir do que falar. Primeiro porque não falando, ou falando pouco, eu tinha menos probabilidades de dizer asneiras... E depois porque era preferível ouvir os "pedaços de história" que as pessoas de idade desta terra, que faziam o favor de me aceitar no seu círculo, ali no Antigo Café Central, onde é agora o BPA, contavam sobre Setúbal.
O sr. Coronel Augusto de Carvalho, o Dr. Mendonça e Costa, o sr. Mário Ledo, o Dr. João Cavalheiro, algumas vezes o Dr. Macedo e Castro, o vereador Pacheco Wengorovius, o sr. Mário Piteira e tantos outros, foram Setubalenses ilustres que me ensinaram a gostar desta terra e que me passaram informação oral que a minha memória, até há pouco prodigiosa, não enjeitou.
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Durante muitos anos acumulei memórias. Ali o Dr. Soveral Rodrigues foi o meu último grande fornecedor! É um prodígio a memória que tem... É um regalo ouvi-lo contar com pormenores alguns episódios dos últimos oitenta anos... Não fiz mais do que acumular sabedoria e memória no disco rígido do meu “computador" pessoal... a partir de 1958...
Creio que está aqui a origem da minha nomeação para este cargo que um Conselho Pedagógico tolerante sancionou quase por unanimidade... Acho, no entanto, que foi bom alguém ter feito o favor de se abster! As unanimidades maçam-me...
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Decidimos que as acções a realizar deveriam decorrer durante todo o ano lectivo.
E foi Dezembro o mês do arranque das festividades.
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Em 19 de Dezembro, o nosso Coral actuou na Igreja de S.Sebastião acompanhado pela Orquestra Juvenil de Lisboa, num Concerto de Natal.
Foi um êxito tremendo com a Igreja pejada de gente interessada que não regateou aplausos nem elogios. Não podia ter começado da melhor maneira.
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Uns dias antes foi publicado o primeiro número de um Jornaleco que foi intitulado "50 ANOS". Foi um sucesso entre os antigos alunos que se viram retratados naquelas curtas páginas. Que viram aparecer em cada número a constituição das suas turmas no ano da passagem para o Liceu Novo. O Liceu tinha dez turmas, duas por cada ano. Daí os dez números que saíram... até terminarmos aquela tarefa.
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O Prof. Vasconcelos e a Dr. Rosa Duarte levaram a peito a organização de um Boletim da Escola. E saíu obra asseada. Outra coisa não se esperava.
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As turmas de Expressão Dramática actuaram há dias no Fórum Luisa Todi e o êxito foi espantoso!
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Não posso, no entanto, de deixar de ficar pesaroso por não ter sido possível ensaiar uma reposição da peça em um acto de Tchekov, "Um pedido de Casamento", que em 25 de Maio de 1962, os nossos finalistas levaram à cena com um êxito retumbante...
A ideia era encenar a mesma peça com alunos actuais e representá-la também agora, na presença do António Fráguas e da Clarinha Correia que então foram o Sr.Stepan Stepanovitch Tchubukov e a Natalya Stepanovna. Infelizmente já não poderíamos trazer o Sr.Lomov, representado pelo saudoso e malogrado aluno Custódio Janeiro Santana.
Para a Inês Lopes, para o Luís Ribeiro e para o João Brito, que deram o melhor que as circunstâncias lhe permitiam, vai o nosso agradecimento mais profundo. A vontade que mostraram em triunfar não teve o apoio devido. De facto, pertencendo a três turmas diferentes foi impossível reuni-los uma só vez que fosse, sem prejuízo de um deles, de modo a poderem ensaiar do princípio ao fim aquela pequena e divertida peça de Tchekov.
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Para a Dr.ª Ausenda Paulino Pereira que há 37 anos dirigiu os artistas de então e se disponibilizou agora para o fazer de novo, vai o nosso mais reconhecido agradecimento.
Para o Senhor Comandante Salgado Soares, nosso antigo aluno e seguidor emérito da Arte de Palma vai também um abraço de agradecimento pela disponibilidade oferecida e pelo apoio que nos deu nos ensaios que se realizaram.
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Pensámos levar a efeito uma acção que nos pareceu à partida, ser meritória e estar de acordo com aquilo que devemos pensar da Escola. E conseguimos realizá-la até ao fim com grande êxito e com muito mérito dos intervenientes.
Uma série de seis Conversas Informais que Antigos Alunos vieram ter com os nossos actuais alunos ultrapassaram todas as espectativas.
Ligado ao Futebol, foi o Quinito quem deu o pontapé de saída... Como é obvio... Num Anfiteatro de Física a abarrotar de gente nova, o sr. Joaquim Duro de Jesus foi imparável na sua conversa.
Seguiu-se, com um êxito estrondoso, a DrªEmília Vaz Pereira, cirurgiã do Hospital de S.Bernardo, que informou em palavras simples e verdadeiras o trajecto de um médico até atingir os píncaros da carreira. Abriu os olhos a muitos candidatos a Santa Maria...e abriu-lhes os olhos para todas as perspectivas que podem encarar.
O Comandante Salgado Soares, o estilista Nuno Gama, o Juiz Fernando Negrão e o General José Lemos Ferreira foram as outras pedras de uma ponte poderosa entre o passado que levou às posições que hoje ocupam e o futuro representado pelos jovens que hoje frequentam esta Escola.
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Antes de terminar quero agradecer ainda ao autor da Medalha Comemorativa Sr. Arquitecto José Carlos Gonçalves, meu antigo aluno aqui nesta Casa.
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Creio que já os macei de mais.
Muito Obrigado por terem tido tanta paciência.
Seria interessante que ele pudesse ser recuperado e exposto aqui na Escola... quem sabe?... num museu que entretanto pudesse ser aqui inaugurado, ocupando uma sala condigna que albergasse também outras preciosidades que, em vários sectores da Escola, começam a ser conhecidas e cobiçadas por outras instituições... Algumas peças que por aqui existem fariam corar de inveja muitas outras que, com pompa e circunstância, se "pavoneiam" nas estantes do Museu da Ciência em Lisboa...
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Voltemos aos nossos alunos. Continuemos a recordar-nos de alguns daqueles que estiveram neste Salão de Festas há Cinquenta Anos.
Gostaríamos de ter hoje entre nós a Ivone Rouillé, uma excelente aluna do 5ºAno, que recitou a Ode à Primavera, no Serão Académico.
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Teríamos imenso gosto de ver desfilar por este palco as alunas que, sob a orientação da D.Maria Adelaide Rosado Pinto, dançaram uma Valsa de Chopin... A Suzete Rica, a Josefina Gamito, a Ivone Rouillé, a Manuela Monteiro (esta, em especial, gostaríamos de vê-la aqui cheia de alegria e de saúde), a Maria Helena Santos e a Nasciolinda Góis.
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A Madalena Piteira que fez de "D.Maria Pedagogia" no Auto em Verso "Tres im unum", ao lado ali do Dr.Soveral Rodrigues que fazia de Manuel Bonfim... foi outra das então presentes.
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E todos os que interpretaram o Auto da Primavera (um conto ingénuo para almas em flor... como dizia o programa!): a Leonilde Vilar, a Maria Arsénia Damião (Nita Santos como é mais conhecida), o Manuel Eduardo Noronha Gamito e a irmã Maria Josefina, o Cândido Bogarim, de saudosa memória, que foi meu Amigo e Colega nas actividades da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa, nos Idos de Cinquenta..., o Aníbal Pescadinha, o Mário Correia, o António Carqueijeiro e a Maria Amélia Dias.
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Ainda pisaram esta sala no dia do almoço que aqui se realizou, o José António Góis, a Fernanda do Val, a Rita Fuzeta da Ponte, o Nuno Mesquita Pires, o Leonardo Pereira, o Joaquim Carvalho da Silva, o Celestino Moreira e a Antonieta Vilhena, o Manuel José Goes e a Maria Inês Pedrosa, o Sebastião da Gama e tantos outros…
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A respeito das festas que hoje comemoramos devo dizer que fui nomeado, "à má fila", coordenador das comemorações, isto é, fui convidado a dirigir este barco e nomeado antes que tivesse dado o meu consentimento...
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Há uns quatro ou cinco anos atrás, dei por mim enfiado no arquivo do Liceu procurando dados sobre constituição das turmas. E guardei notas e informações sobre o assunto desde 1910. Fotocopiei documentos, folhas de livros de termos e apontei factos que achei curiosos passados em reuniões e registados em actas. Ordenei, abri uns ficheiros e meti tudo no computador.
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De há três anos para cá comecei a dar comigo a "picar o ponto" às 9 horas, na Biblioteca Municipal, ali na Avenida Todi.
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Durante ano e meio, sem interrupção, consultei os jornais daquela época com o fim de coligir elementos referentes ao Liceu... Acabei por ampliar o leque de informações a tudo o que de curioso se relacionasse com a cidade. Desde os Corpos Directivos da Capricho e do Clube Setubalense até "ao preço do carapau pipi, em 1943..."
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E fui coligindo... e fui apontando... e fui gravando na memória! Na minha e na do computador...
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Desde sempre fui uma pessoa que gostei mais de ouvir do que falar. Primeiro porque não falando, ou falando pouco, eu tinha menos probabilidades de dizer asneiras... E depois porque era preferível ouvir os "pedaços de história" que as pessoas de idade desta terra, que faziam o favor de me aceitar no seu círculo, ali no Antigo Café Central, onde é agora o BPA, contavam sobre Setúbal.
O sr. Coronel Augusto de Carvalho, o Dr. Mendonça e Costa, o sr. Mário Ledo, o Dr. João Cavalheiro, algumas vezes o Dr. Macedo e Castro, o vereador Pacheco Wengorovius, o sr. Mário Piteira e tantos outros, foram Setubalenses ilustres que me ensinaram a gostar desta terra e que me passaram informação oral que a minha memória, até há pouco prodigiosa, não enjeitou.
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Durante muitos anos acumulei memórias. Ali o Dr. Soveral Rodrigues foi o meu último grande fornecedor! É um prodígio a memória que tem... É um regalo ouvi-lo contar com pormenores alguns episódios dos últimos oitenta anos... Não fiz mais do que acumular sabedoria e memória no disco rígido do meu “computador" pessoal... a partir de 1958...
Creio que está aqui a origem da minha nomeação para este cargo que um Conselho Pedagógico tolerante sancionou quase por unanimidade... Acho, no entanto, que foi bom alguém ter feito o favor de se abster! As unanimidades maçam-me...
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Decidimos que as acções a realizar deveriam decorrer durante todo o ano lectivo.
E foi Dezembro o mês do arranque das festividades.
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Em 19 de Dezembro, o nosso Coral actuou na Igreja de S.Sebastião acompanhado pela Orquestra Juvenil de Lisboa, num Concerto de Natal.
Foi um êxito tremendo com a Igreja pejada de gente interessada que não regateou aplausos nem elogios. Não podia ter começado da melhor maneira.
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Uns dias antes foi publicado o primeiro número de um Jornaleco que foi intitulado "50 ANOS". Foi um sucesso entre os antigos alunos que se viram retratados naquelas curtas páginas. Que viram aparecer em cada número a constituição das suas turmas no ano da passagem para o Liceu Novo. O Liceu tinha dez turmas, duas por cada ano. Daí os dez números que saíram... até terminarmos aquela tarefa.
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O Prof. Vasconcelos e a Dr. Rosa Duarte levaram a peito a organização de um Boletim da Escola. E saíu obra asseada. Outra coisa não se esperava.
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As turmas de Expressão Dramática actuaram há dias no Fórum Luisa Todi e o êxito foi espantoso!
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Não posso, no entanto, de deixar de ficar pesaroso por não ter sido possível ensaiar uma reposição da peça em um acto de Tchekov, "Um pedido de Casamento", que em 25 de Maio de 1962, os nossos finalistas levaram à cena com um êxito retumbante...
A ideia era encenar a mesma peça com alunos actuais e representá-la também agora, na presença do António Fráguas e da Clarinha Correia que então foram o Sr.Stepan Stepanovitch Tchubukov e a Natalya Stepanovna. Infelizmente já não poderíamos trazer o Sr.Lomov, representado pelo saudoso e malogrado aluno Custódio Janeiro Santana.
Para a Inês Lopes, para o Luís Ribeiro e para o João Brito, que deram o melhor que as circunstâncias lhe permitiam, vai o nosso agradecimento mais profundo. A vontade que mostraram em triunfar não teve o apoio devido. De facto, pertencendo a três turmas diferentes foi impossível reuni-los uma só vez que fosse, sem prejuízo de um deles, de modo a poderem ensaiar do princípio ao fim aquela pequena e divertida peça de Tchekov.
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Para a Dr.ª Ausenda Paulino Pereira que há 37 anos dirigiu os artistas de então e se disponibilizou agora para o fazer de novo, vai o nosso mais reconhecido agradecimento.
Para o Senhor Comandante Salgado Soares, nosso antigo aluno e seguidor emérito da Arte de Palma vai também um abraço de agradecimento pela disponibilidade oferecida e pelo apoio que nos deu nos ensaios que se realizaram.
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Pensámos levar a efeito uma acção que nos pareceu à partida, ser meritória e estar de acordo com aquilo que devemos pensar da Escola. E conseguimos realizá-la até ao fim com grande êxito e com muito mérito dos intervenientes.
Uma série de seis Conversas Informais que Antigos Alunos vieram ter com os nossos actuais alunos ultrapassaram todas as espectativas.
Ligado ao Futebol, foi o Quinito quem deu o pontapé de saída... Como é obvio... Num Anfiteatro de Física a abarrotar de gente nova, o sr. Joaquim Duro de Jesus foi imparável na sua conversa.
Seguiu-se, com um êxito estrondoso, a DrªEmília Vaz Pereira, cirurgiã do Hospital de S.Bernardo, que informou em palavras simples e verdadeiras o trajecto de um médico até atingir os píncaros da carreira. Abriu os olhos a muitos candidatos a Santa Maria...e abriu-lhes os olhos para todas as perspectivas que podem encarar.
O Comandante Salgado Soares, o estilista Nuno Gama, o Juiz Fernando Negrão e o General José Lemos Ferreira foram as outras pedras de uma ponte poderosa entre o passado que levou às posições que hoje ocupam e o futuro representado pelos jovens que hoje frequentam esta Escola.
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Antes de terminar quero agradecer ainda ao autor da Medalha Comemorativa Sr. Arquitecto José Carlos Gonçalves, meu antigo aluno aqui nesta Casa.
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Creio que já os macei de mais.
Muito Obrigado por terem tido tanta paciência.
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